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Cotidiano
Doença pode comprometer a capacidade cerebral e causar estado vegetativo em seres humanos
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Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB) atinge o gado através de um agente conhecido como prião | Divulgação
De acordo com o Ministério da Agricultura, um caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB), popularmente conhecida como doença da "vaca louca", está sob investigação no Brasil, um animal de sete anos em uma fazenda no Pará apresentou sintomas da doença, foi abatido, a fazenda isolada, e amostras foram enviadas para análises laboratoriais.
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O risco da doença voltar a terras brasileiras tem assustado muitos devido aos seus graves efeitos em humanos, que ocorrem após a transmissão por meio da ingestão de carne de animais infectados, causando uma encefalopatia espongiforme, conhecida como doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), uma variante da EBB.
De acordo com o Pós PhD em neurociências e Biólogo, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a doença é fatal em seres humanos.
"Em humanos, a DCJ causa uma série de problemas, como alterações de personalidade, cegueira, perda de memória, equilíbrio e coordenação, movimentos anormais e perda progressiva da mobilidade e função cerebral".
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"Isso ocorre devido ao desenvolvimento anormal de príons no cérebro, o que gera pontos de acúmulo e produz pequenas bolhas nas células cerebrais, deixando o órgão com um aspecto poroso semelhante a uma esponja, o que vai afetando gradualmente uma série de funções importantes, seguido pela morte do indivíduo".
Encefalopatia Espongiforme Bovina
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB) atinge o gado através de um agente conhecido como prião, uma célula modificada de proteína que infecta os bovinos causando alterações de comportamento e falta de coordenação motora.
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"O período de incubação é bastante longo, cerca de 5 anos até o aparecimento dos sintomas, o que leva o animal rapidamente à morte, mas essa grande janela abre a possibilidade de disseminação, em especial por não haver atualmente qualquer tipo de tratamento" Explica Dr. Fabiano de Abreu.
Variante da "doença da vaca louca" pode ser ainda mais perigosa
Existem variantes da doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) que alteram seu funcionamento no corpo humano, a chamada DCJv pode ser mais perigosa por não apresentar sintomas, ter manifestação precoce e ter maior possibilidade de transmissão.
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"A DCJv também é adquirida através da ingestão de carne bovina ou derivados do gado contaminado com a EBB, mas começa muito mais cedo nos humanos, em cerca de 30 anos ou menos, existem pessoas infectadas com a DCJv que se mantém assintomáticas, o que facilita a sua transmissão por meio de transfusão de sangue ou procedimentos cirúrgicos". Alerta Dr. Fabiano de Abreu.
Como se prevenir da doença?
Atualmente, não existe tratamento eficaz para a doença, por isso, a prevenção é a melhor forma de evitar a doença de Creutzfeldt-Jakob.
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"Prevenir a disseminação da doença é fundamental para inibi-la, além dos cuidados técnicos de produtores e do governo, como não usar proteínas de origem animal na alimentação do gado, para os consumidores é essencial evitar ingerir carne e derivados de bovinos sem procedência e, conforme a gravidade da disseminação, evitá-los". Explica.
Existem riscos para o Brasil?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde Aniimal (OIE), o Brasil é considerado um território de risco insignificante para a ocorrência da EEB, tendo seus últimos casos registrados em 2021, o que causou a interrupção da compra de carne bovina brasileira pela China por três meses.
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Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, todas as medidas cabíveis de prevenção foram tomadas, e que os procedimentos foram rigorosamente cumpridos, mas Dr. Fabiano de Abreu afirma que até que a suspeita seja afastada é fundamental ter cuidados preventivos.
"Minha tia/madrinha, Maria, portuguesa, viveu no Brasil a maior parte de sua vida e morava em Macaé no estado do Rio de Janeiro, quando veio a falecer de Creutzfeldt-Jakob no dia 11/10/2014, ela era mais um caso não divulgado e abafado, na época. Ela realizou um exame que demorou cerca de um mês para ter o resultado, que só chegou após o seu falecimento. Eu ainda não tinha formação em neurociências, hoje em dia, ainda tento entender mais a fundo a doença, e a ciência ainda tem muito o que descobrir, mas até lá é importante nos protegermos como for possível" Conta Dr. Fabiano de Abreu.
Leia esta matéria também no site do Diário do Litoral.
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