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Cotidiano

Novo Ensino Médio: o que dizem profissionais da educação

Profissionais comemoram as mudanças e esperam Ensino Médio mais próximo da realidade dos alunos

Gladys Magalhães

21/01/2022 às 10:32  atualizado em 24/01/2022 às 18:13

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Novo Ensino Médio foi aprovado em 2017 e a implementação deve ser concluída só em 2024

Novo Ensino Médio foi aprovado em 2017 e a implementação deve ser concluída só em 2024 | /Governo do Estado de SP

Quando os portões das escolas públicas e privadas de todo o Brasil se abrirem para o ano letivo de 2022, alunos que iniciam o Ensino Médio este ano se depararão com uma nova realidade: saem de cena as disciplinas individuais e passam a figurar as áreas do conhecimento integradas.

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Para a coordenadora pedagógica do Ensino Médio do Colégio Franciscano Pio XII, Viviane Direito, a nova configuração é uma boa oportunidade para fazer do jovem o protagonista de sua formação.

“O novo Ensino Médio corrige um dos principais problemas dessa etapa da educação básica, pois flexibiliza o currículo e não "obriga" os alunos a seguirem o mesmo caminho. O convite para o jovem? Não deixar para depois o olhar para si mesmo, para seu crescimento, para seus planos...”, analisa Viviane.

O que muda?
Aprovado em uma lei de 2017, o Novo Ensino Médio passa a valer este ano para os alunos que ingressam no 1º ano do Ensino Médio em escolas públicas e privadas de todo o país.

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Com as mudanças, em vez de estudar as disciplinas individuais, a grade curricular passa a oferecer quatro áreas de conhecimento, a exemplo do que já acontece no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que trabalharão os conteúdos de forma integrada.

Os alunos também passam a ter maior tempo de aula, cerca de cinco horas por dia. Anteriormente, a média era de quatro horas diárias. Com isso, os novos ingressantes do Ensino Médio deverão ter concluído 3 mil horas letivas ao fim do ciclo, que serão divididas em 60% para os conteúdos essenciais e 40% para os itinerários formativos, que podem ser descritos como um conjunto de unidades curriculares a serem ofertados conforme a escolha das instituições de ensino e que podem aprofundar os conhecimentos das quatro áreas de conhecimento dos conteúdos essenciais.

Outra novidade é o chamado Projeto de Vida, que pretende auxiliar os alunos a entenderem suas aspirações.

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Macaque in the trees
André e o filho Hugo, que inicia o primeiro ano do Ensino Médio em 2022 - Arquivo pessoal

Escolhas
Para a coordenadora pedagógica do Ensino Médio do Colégio Humboldt, Talita Marcilia, o Projeto de Vida é uma das formas de diminuir o que algumas pessoas estão chamando de antecipação de decisão da carreira.

“As reflexões sobre o que cada aluno e aluna é e o que quer ganham espaço e isso ajuda a refletir se as matérias escolhidas dos itinerários conversam ou não com um projeto pessoal maior”, observa.

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Pai de um aluno do Colégio Humboldt, o economista André Rocha, de 53 anos, acredita que fazer a escolha no início do Ensino Médio, ao contrário do que muitos dizem, acaba ajudando a diminuir frustrações futuras. “O novo ensino médio dá maior liberdade e responsabilidade ao aluno para a definição de seu futuro profissional. Ao contrário do modelo antigo, ele exige uma definição do aluno mais cedo, logo no 1º ano do Ensino Médio. Isso permite que o aluno faça alterações de ênfase acadêmica caso não fique satisfeito com a escolha feita. Anteriormente, como essa escolha era realizada no último ano, durante a definição para o vestibular, qualquer erro só poderia ser corrigido já no Ensino Superior, o que gerava um custo financeiro e emocional maior”, diz ele.

André conta ainda que em sua casa, o filho Hugo, de 15 anos, conseguiu escolher de forma tranquila os itinerários formativos. “Hugo fez a escolha inicial. Posteriormente, ele me mostrou as suas escolhas e discutimos, levando em conta suas aptidões, interesses e possibilidades futuras no aspecto profissional e ganhos em cidadania. Após esse debate, a decisão final coube a ele.”

Sem pressão
Assim como foi na casa de Hugo, o professor Rogério Tognetti, coordenador do Ensino Médio do Colégio Presbiteriano Mackenzie orienta os pais que a escolha dos itinerários formativos ocorra sem pressão.

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“O Novo Ensino Médio traz a possibilidade de os alunos experimentarem vários itinerários formativos, compostos por diferentes trilhas de aprofundamento, oportunizando aos alunos a migração de uma trilha para outra. Deste modo, os pais não devem pressionar os alunos logo nos primeiros meses, a cobrança deve estar relacionada a dedicação, cumprimentos dos estudos e tarefas, mas dar tempo para que o adolescente tenha a certeza de que fez a escolha correta. Essa experimentação que ajudará na escolha mais assertiva de uma carreira, minimizando a troca de cursos no Ensino Superior”, observa ele.

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Desafio
De modo geral, os profissionais ouvidos pela Gazeta avaliam o Novo Ensino Médio de forma positiva, com ganhos reais para os jovens. O desafio, contudo, dizem: está na formação dos professores.

“O único contra que vejo, está relacionado com a formação dos educadores, uma vez que os cursos de licenciatura não formaram profissionais com as características necessárias para essa nova realidade. Sendo assim, é necessário que as redes de ensino providenciem formações adequadas o mais rapidamente possível”, finaliza Rogério.

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Disciplinas: antes e depois
Até 2022, os alunos cursavam as disciplinas de forma individual. Eram elas: matemática, língua portuguesa, língua inglesa, educação física, artes, sociologia, história, geografia, filosofia, química, física e biologia.

Agora, elas serão oferecidas em áreas do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (filosofia, geografia, história e sociologia), Linguagens e suas Tecnologias (Artes, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa), Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Física e Química) e Matemática e suas Tecnologias (Matemática).

Calendário
Em 2022, apenas os alunos que ingressam no 1º ano do Ensino Médio estarão sujeitos às mudanças, que serão concluídas no ano de 2024.

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Entre 2022 e 2024, haverá um monitoramento da implementação dos referenciais curriculares e da formação continuada aos profissionais da educação.

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