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Cotidiano

Nova vacina contra dengue deve chegar ao Brasil no segundo semestre

Fabricada pela Takeda, ela foi aprovada no início deste mês pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser comercializado no Brasil

Natália Brito

10/03/2023 às 10:34  atualizado em 10/03/2023 às 10:41

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Qdenga, nova vacina utilizada para prevenção da dengue, deve chegar ao Brasil somente no segundo semestre deste ano

Qdenga, nova vacina utilizada para prevenção da dengue, deve chegar ao Brasil somente no segundo semestre deste ano | Elias Costa/Governo do RS

A Qdenga, nova vacina utilizada para prevenção da dengue, deve chegar ao Brasil somente no segundo semestre deste ano. Fabricada pela Takeda, ela foi aprovada no início deste mês pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser comercializado no Brasil.

O imunizante tem quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, conferindo assim uma ampla proteção. Destinado ao público de 4 a 60 anos, ele é aplicado em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Segundo Vivian Lee, diretora-executiva de assuntos médicos da Takeda Brasil, a previsão estimada para o produto estar em unidades de saúde do país leva em consideração trâmites necessários para a sua comercialização.

Depois da aprovação da Anvisa, outra etapa se dá na CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), que define o valor máximo de medicamentos. Por enquanto, não há estimativa de quanto a dose deve custar.

Lee diz que a vacina já foi submetida à câmara e que agora é necessário aguardar. Segundo a diretora, essa etapa normalmente dura em torno de três meses, porém existe a possibilidade de levar mais tempo.
Na perspectiva mais otimista, de o processo durar três meses, Lee observa que a vacina deve estar disponível no Brasil no segundo semestre deste ano.

Segundo Lee, a farmacêutica tem capacidade de distribuir a vacina no setor privado no país, mas os pedidos ainda não foram feitos pelas clínicas por ainda não haver o valor definido do fármaco. "Não temos recebido negociação porque não temos a definição do preço na CMED", afirma a diretora.

Também existe o interesse de levar o imunizante para o SUS, até por causa do impacto da dengue no Brasil. Só no ano passado houve mais de mil mortes.

Para um fármaco ser adicionado à rede pública de saúde, é necessário que ele passe antes pela avaliação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).

"Nessa análise, a Conitec considera aspectos como eficácia, efetividade, segurança e impacto econômico da nova tecnologia com base nas melhores evidências científicas disponíveis", afirmou o Ministério da Saúde em nota à Folha de S.Paulo.

No caso da Qdenga, a pasta também afirma que "a inclusão da vacina para controle da dengue no SUS é prioridade". No momento, a definição do preço pela CMED é aguardada para que a vacina seja então analisada pela Conitec.

Uma vantagem da vacina é que ela pode ser utilizada tanto em pessoas que já tiveram dengue quanto naquelas sem histórico da doença.

Em estudos, observou-se boa capacidade de defesa contra a infecção. Em avaliação clínica, após 12 meses da aplicação, a eficácia geral foi de 80,2% contra a dengue causada por qualquer um dos quatro sorotipos que causam a doença.

"A demonstração da eficácia da vacina Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, estudo de fase 3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina", disse a Anvisa, em nota, sobre a aprovação do imunizante.

No Brasil, há outro imunizante, fabricado pela Sanofi Pasteur, que age contra a infecção, mas só é indicado para aqueles que já apresentaram a doença. Essa vacina só está disponível na rede privada.

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