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Cotidiano

Negócios do setor náutico incluem 'Airbnb de barco' e compartilhamento de veleiro

Novas empresas que surgiram nos últimos anos prestam serviços como compartilhamento e aluguel de embarcações.

18/11/2023 às 19:30

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Assim como a plataforma de aluguel de imóveis, o aplicativo funciona como um intermediário entre o usuário e o proprietário da embarcação

Assim como a plataforma de aluguel de imóveis, o aplicativo funciona como um intermediário entre o usuário e o proprietário da embarcação | Bombordo/Divulgação

Ainda ancorados no crescimento registrado durante a pandemia, representantes do setor náutico veem os negócios se diversificar. Novas empresas que surgiram nos últimos anos prestam serviços como compartilhamento e aluguel de embarcações.

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O movimento reflete o aumento expressivo da procura por novos barcos, impulsionado pelo isolamento social. Apesar do otimismo generalizado, alguns representantes do segmento são cautelosos e consideram obstáculos para esse mercado em um futuro breve.

A engenheira Jéssica Carvalhais, 31, pagou cerca de R$ 2.200 para navegar com um grupo de nove pessoas, no começo de setembro, por seis horas na costa do Rio de Janeiro em uma embarcação alugada no aplicativo Bombordo, lançado neste ano e apelidado pelos donos de "Airbnb de barcos".

Assim como a plataforma de aluguel de imóveis, o aplicativo funciona como um intermediário entre o usuário e o proprietário.

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Segundo o sócio Rafael Tebet, a empresa --que já tinha um site antes do lançamento do aplicativo-- aproveita algumas fraquezas do setor, como a informalidade e a falta de segurança na locação, e os altos custos para manter o barco.

"O proprietário de barco, para conseguir manter uma embarcação, tem custo de marina, de marinheiro, de manutenção, que é muito alto. Estima-se que durante um ano o proprietário gaste entre 10% e 20% do valor do barco só nesses custos fixos. Ele pode transformar seu patrimônio em investimento de maneira segura", afirma Tebet.

Ele diz que a empresa já alugou pouco mais de 300 barcos. Apesar de ter Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília como principais pontos de divulgação, o aplicativo funciona para todo o Brasil. É possível alugar lanchas, iates e veleiros, entre outros.

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"Eu não quero pegar uma coisa que eu não sei, não vi, não tenho uma foto, que eu não sei se o cara vai estar lá", diz Carvalhais, cliente da empresa.

Para Eduardo Colunna, presidente da Acobar (Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e Implementos), novos negócios como o da Bombordo eram menos comuns antes da pandemia e passaram a acompanhar o ritmo de crescimento da produção de novos barcos.

Um levantamento da entidade mostra que, somente em 2022, foram produzidos no país 4.100 barcos de esporte e lazer em fibra de vidro, motorizados e acima de 16 pés --quase o dobro do registrado em 2019.
Daqui para frente, no entanto, o futuro do setor ainda não é tão certo, segundo Colunna.

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"Esses negócios vinham acontecendo de forma modesta e foram incrementados na pandemia. Está aquecido, sim. A gente ainda não sabe exatamente como vai ser até o final do ano. É claro que, quando tem um pico, depois vem uma retração. Mas o setor mudou de patamar, isso que é importante", afirma.

O setor também vem demonstrando preocupação com o pagamento de IPVA para barcos --tributo previsto na Reforma Tributária.

Novos negócios no país incluem, por exemplo, venda de bicicletas aquáticas e carros-barcos. No Flip Boat Club, empresa de compartilhamento de veleiros, a ideia de criar o empreendimento surgiu depois que os sócios precisaram vender uma embarcação e receberam mais propostas do que o previsto inicialmente.

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O compartilhamento já é um modelo de negócio bem conhecido no setor aéreo, especificamente para jatinhos. Nele, a pessoa interessada divide o preço do bem em cotas com outros compradores.

O Flip Boat Club começou a fazer o compartilhamento de barcos há cerca de um ano e meio. Segundo Elis Comenalli, gerente de marketing e vendas da empresa, já foram vendidas mais de 15 embarcações no modelo de compartilhamento.

Funciona como um condomínio, diz ela. Os cotistas, registrados em cartório e na capitania dos portos, pagam de R$ 800 a R$ 2.000 mensalmente, mais uma taxa de administração que varia de R$ 240 a R$ 600 e serve de lucro para a empresa.

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Qualquer decisão sobre o barco precisa ser votada em assembleia, e a reserva da embarcação no Réveillon e no Carnaval é feita por meio de sorteio.

"A gente faz todo o sistema de gestão financeira, 'juntão' de serviços, gestão de manutenção", diz Comenalli.

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