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Cotidiano

Navio com grãos deixa porto de Odessa pela 1ª vez desde o início da guerra

Um navio carregado com grãos deixou nesta segunda (1º) a Ucrânia pela primeira vez desde que a Rússia invadiu a região, em 24 de fevereiro

Natália Brito

01/08/2022 às 09:46  atualizado em 01/08/2022 às 09:54

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Um navio carregado com grãos deixou nesta segunda (1º) a Ucrânia pela primeira vez desde o inicio da guerra

Um navio carregado com grãos deixou nesta segunda (1º) a Ucrânia pela primeira vez desde o inicio da guerra | Reprodução/TV Globo

Um navio carregado com grãos deixou nesta segunda (1º) a Ucrânia pela primeira vez desde que a Rússia invadiu a região, em 24 de fevereiro, e o transporte no Mar Negro foi bloqueado.

A embarcação zarpou do porto de Odessa, no noroeste e um dos mais importantes do país, sob um pacto de passagem segura estabelecido depois que Turquia e ONU intermediaram um acordo de exportação de grãos entre os dois países em guerra no mês passado.

O navio carrega 26 mil toneladas de milho, segundo a ONU, e estava preso no porto desde 18 de fevereiro. O Razoni, como foi nomeada a embarcação, tem bandeira de Serra Leoa e deve ancorar em Bósforo, perto de Istambul, na terça (2) para ser fiscalizado por autoridades das contrapartes do acordo, segundo o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar. Depois, a embarcação levará o carregamento até o Líbano.

No Twitter, Dmitro Kuleba, chanceler ucraniano, descreveu a retomada das exportações como "um dia de alívio para o mundo, especialmente para nossos amigos do Oriente Médio, da Ásia e da África".

Moscou, por sua vez, disse considerar "muito positiva" a saída da exportação. "Esta é uma boa oportunidade para provar a eficácia do acordo, e esperamos que os acordos sejam aplicados por todas as partes de forma eficaz", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

O Razoni foi conduzido por um navio ucraniano por meio de um labirinto de minas construído por Kiev para defender o litoral do país; a Marinha da Rússia, que controla a região, concedeu passagem segura, conforme prevê o acordo assinado em Istambul há poucos dias.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse, em comunicado, esperar que muitos outros navios se movam dos portos, "e que isso traga estabilidade e alívio para a segurança alimentar global". O Programa Mundial de Alimentos também planeja comprar e enviar 30 mil toneladas de trigo em um navio fretado pelas Nações Unidas.

Rússia e Ucrânia respondem por quase um terço das exportações globais de trigo. O acordo entre os países visa permitir a passagem segura para a saída e a entrada de grãos nos portos de Tchornomorsk, Odessa e do porto de Iujine, aliviando assim uma crise mais grave de escassez de alimentos e a alta de preços de cereais no mercado global.

Segundo o ministro da Infraestrutura da Ucrânia, Oleksandr Kubrakov, o desbloqueio dos portos deve fornecer pelo menos US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,17 bilhões) para a economia do país e permitirá que o setor agrícola planeje a temporada de semeadura do próximo ano.

Autoridades presidenciais ucranianas disseram que 16 navios estão ancorados nos portos ucranianos do Mar Negro, com quase 600 mil toneladas de carga, a maior parte de grãos. Ao todo, cerca de 20 milhões de toneladas de grãos estão presas no país.

A Ucrânia exportou cerca de 3 milhões de toneladas de produtos agrícolas em julho por meio de rios e ferrovias, segundo o Grupo de Associações Empresariais Agrícolas informou nesta segunda nas redes sociais. A cifra representa metade do valor mensal que o país costumava exportar antes do conflito. A associação disse que as exportações cresceram cerca de 12% em relação ao mês anterior.

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