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Cotidiano

'Não tenho apego ao cargo', diz Sergio Moro

vazadas. Ministro prestou depoimento no Senado para explicar a troca de mensagens

Bruno Hoffmann

20/06/2019 às 01:00

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'E, se houver ali irregularidade da minha parte, eu saio', disse o ministro Sergio Moro no Senado

'E, se houver ali irregularidade da minha parte, eu saio', disse o ministro Sergio Moro no Senado | /Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em depoimento no Senado para explicar a troca de mensagens vazadas com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato, o ministro Sergio Moro (Justiça) admitiu a possibilidade de deixar o posto no governo de Jair Bolsonaro (PSL) caso sejam apontadas irregularidades em sua conduta.

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"Eu não tenho nenhum apego pelo cargo em si. Apresente tudo. Vamos submeter isso, então, ao escrutínio público. E, se houver ali irregularidade da minha parte, eu saio. Mas não houve. Por quê? Porque eu sempre agi com base na lei e de maneira imparcial", disse Moro.

O ministro respondia ao senador Jaques Wagner (PT- BA) sobre a possibilidade de deixar o posto para que se garanta a isenção em eventuais investigações sobre seu papel como juiz da Operação Lava Jato.

Moro disse estar "tranquilo" e que, se forem divulgadas pelo site "The Intercept Brasil" a íntegra das mensagens, "sem adulteração e sem sensacionalismo", "essa correção vai ser observada".

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A estratégia do ministro ao longo da sessão foi organizada em cinco frentes: 1) colocou-se como alvo de ataque hacker de um grupo criminoso organizado; 2) disse não ter como garantir a veracidade das mensagens (mas também não as negou); 3) refutou a possibilidade de ter feito conluio com o Ministério Público; 4) chamou a divulgação das mensagens de sensacionalista; 5) e desqualificou os que apontaram irregularidades na sua atuação quando juiz da Lava Jato.

Na quarta-feira (19), Moro prestou esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O depoimento começou as 9 horas. Na sessão, travou embates com senadores petistas e afirmou ainda ser alvo de um ataque hacker que mira as instituições e que tem como objetivo anular condenações por corrupção.

"Estou absolutamente tranquilo em relação à conduta que realizei como juiz. Houve aplicação imparcial da lei em casos graves de corrupção e lavagem de dinheiro", afirmou.

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Moro se ofereceu para ir à CCJ para esfriar o trabalho de coleta de assinaturas para a criação de uma CPI para investigá-lo. Ao iniciar sua fala, disse não ter nada a esconder, que gostaria de fazer esclarecimentos "em cima do sensacionalismo que tem sido criado" e focou a defesa da Lava Jato.

"Se falou muito em conluio. Aqui um indicativo de que não houve conluio nenhum", afirmou, ao citar embates com a Procuradoria.

"É normal no Brasil esses contatos entre juiz, advogado e Ministério Público ou policiais. O que tem que ser avaliado é o conteúdo destes contatos".
(FP)

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