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Cotidiano

Não há vencedores ou vencidos, diz Lira após renúncia de presidente da Petrobras

Presidente da Câmara era um dos principais defensores da saída de José Mauro Coelho

Maria Eduarda Guimarães

20/06/2022 às 15:40  atualizado em 20/06/2022 às 15:48

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Arthur Lira é presidente da Câmara dos Deputados

Arthur Lira é presidente da Câmara dos Deputados | Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Um dos principais defensores da saída de José Mauro Coelho do comando da Petrobras, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira (20) não haver "vencedores, nem vencidos" nos recentes episódios envolvendo a estatal.

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A manifestação ocorre poucas horas antes de uma reunião com líderes de partidos da base marcada para discutir medidas a serem tomadas após o reajuste de preços de combustíveis anunciado pela Petrobras na sexta-feira (17).

Em uma rede social, Lira disse que não há o que "comemorar nos fatos recentes envolvendo a Petrobras. "Não há vencedores, nem vencidos. Há só o drama do povo, dos vulneráveis e a urgência para a questão dos combustíveis", escreveu.

"A hora é de humildade por parte de todos, hora de todos pensarem em todos e de todos pensarem em cada um", prosseguiu. "A intransigência não é o melhor caminho. Mas não a admitiremos. A ganância não está acima do povo brasileiro."

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No dia 24 de maio, Bolsonaro anunciou que trocaria o comando da estatal e indicou o nome do então secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Mário Paes de Andrade, para substituir o atual presidente da empresa.

Lira era um dos principais críticos à gestão de Coelho na estatal. Na sexta-feira, após o anúncio do aumento de preços, ele afirmou que o executivo estava "sacaneando" e disse que ia "para o pau" para "rever tudo de preços" de combustíveis.

Mais tarde, em entrevista à Globo News, Lira defendeu a "taxação do lucro absurdo" da Petrobras, sem detalhar como seria a proposta de tributar ganhos. O reajuste anunciado pela estatal se deu após 99 dias sem aumentos.

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Em artigo publicado na Folha da S.Paulo, ele disse que a presidência da Petrobras estava "sequestrada por um presidente ilegítimo, que não representa o acionista majoritário e pratica o terrorismo corporativo como vingança pessoal contra o presidente da República".

Aliados do Palácio do Planalto e de Lira mantém o plano de levar adiante discussões de projetos que podem alterar a tributação ou regras para a estatal.

A mensagem que querem passar é que o Congresso busca formas de aliviar a pressão sobre os preços.

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Uma das propostas que devem ser debatidas é do líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), que prioriza o mercado interno em relação às exportações de petróleo. A ideia é que antes de exportar o produto seja oferecido, nas mesmas condições e valores, às empresas de refino que atuam no Brasil.

Outra das ideias que tinham sido ventiladas, a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) perdeu força após a saída de Coelho da Petrobras, na avaliação de líderes partidários.

Com a renúncia, líderes da Câmara avaliam que o pacote de retaliação deve ser suavizado. Mas, dificilmente, vão engavetar todas as medidas sugeridas por Lira.

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Deputados da ala ideológica do governo e do PL devem insistir na proposta patrocinada por Bolsonaro para que seja aberta uma investigação da gestão da Petrobras. A oposição na Câmara e também no Senado estuda propor a criação da CPI, se alinhando a Bolsonaro num movimento bastante incomum na política.

Ala do centrão quer barrar a investigação por causa do risco de desgaste para o Palácio do Planalto. Como argumento, eles dizem que, após a renúncia, é melhor a Câmara focar em propostas que aliviarão os preços.

Na última quarta (15), o Congresso concluiu a votação de projeto de lei que estabelece um teto para alíquotas do ICMS sobre os combustíveis, uma das medidas para tentar conter a escalada de preços e para diminuir o desgaste do tema sobre o presidente Jair Bolsonaro a menos de quatro meses das eleições.

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Nesta segunda, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara vota a admissibilidade de PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que busca manter um regime favorecido para os biocombustíveis.

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