Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
A defesa do empresário diz que a conversa foi retirada de contexto | Reprodução/Redes sociais
Um empresário paulistano está sendo acusado de discriminação porque teria dito em um áudio que não contrata "preto, gordo, petista, feminista e viado". Segundo o portal CNN, a voz que aparece no vídeo abaixo é do cabeleireiro Diego Beserra Ernesto, dono de um salão de beleza no bairro de Perdizes, na zona oeste de São Paulo.
Continua depois da publicidade
A fala de Diego ocorreu no momento em que ele conversava com um colega de profissão que teria dito a ele que pretendia contratar uma pessoa preta e gorda para trabalhar. De acordo com a defesa de Diego, a conversa foi retirada de contexto.
Dono de salão de beleza em SP diz que não contrata "preto, gordo, petista, feminista e viado". Vídeo: Reprodução/Facebook
Sobre negros se fazerem de vítima
Continua depois da publicidade
Em um dos trechos da gravação, o empresário também afirma que "no caso do preto, alguns se fazem de vítima da sociedade.". A fala parece ser uma referência à intenção do colega em contratar uma pessoa preta para a vaga de trabalho citada.
Mulheres gordas não se cuidam, disse o cabeleireiro
"No caso da mulher tem duas coisas. Gorda e preta. Ela não cuida nem do próprio corpo. Como vai ter responsabilidade na vida?", continua Diego em seu discurso ao tentar justificar a atitude de não contratar pessoas pertencentes a grupos minoritários.
Continua depois da publicidade
Feminismo
O dono do salão de beleza expõe também sua opinião com relação a mulheres que usam cabelos curtos. "Essa minas que usam cabelo curto é [sic] feminista. A gente não sabe. Eu não sei", continua.
E emenda: "Não ‘tô’ generalizando, dizendo que todas são, mas tem uma grande probabilidade de ser feminista. Feminista é um saco, mano! Você não pode falar nada. Esqueci de falar, mano. Não contrato mais viado. Só se a pessoa estiver mentindo.".
Continua depois da publicidade
Entenda o caso
O áudio foi enviado por Diego no dia 12 de janeiro a Jeferson Dornelas, que alugava parte do estabelecimento de Diego para atender clientes. Ele conta que já havia observado comportamento estranho no colega, mas nunca de forma tão clara.
A conversa teria começado após Jeferson dizer a Diego que uma auxiliar gorda e preta não iria mais trabalhar no local. “Falei que a moça não iria trabalhar mais [porque] ela recebeu outra proposta. A resposta foi esse áudio”.
Continua depois da publicidade
O que aconteceu depois
Jeferson afirma que fez um boletim de ocorrência. “Meu psicológico está abaladíssimo. É muito triste ouvir uma coisa dessas”, afirma. Ele diz ainda que foi procurado por Diego pedindo um acordo sobre o caso e dizendo que estaria disposto a uma retratação.
Dois perfis em redes sociais que Diego mantinha, foram desativados após a repercussão do caso.
Continua depois da publicidade
O que diz a lei
Se a Justiça entender que o episódio configura crime, Diego pode ser detido por pelo menos dois anos, diz a "CNN".
De acordo com a lei que tipifica crimes de discriminação e preconceito de raça, atualizada em 2023, esse caso pode configurar crime por “negar ou obstar emprego em empresa privada”.
Continua depois da publicidade
A legislação prevê que o juiz do caso deve considerar discriminatória qualquer atitude ou tratamento dado à pessoa ou a grupos minoritários que cause constrangimento, humilhação, vergonha, medo ou exposição indevida, e que usualmente não se dispensaria a outros grupos em razão da cor, etnia, religião ou procedência.
Existe ainda o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a equiparação da homofobia ao crime de racismo. A pena pode variar, segundo o Código Penal, de dois a cinco anos de detenção.
O que diz a defesa
Continua depois da publicidade
Ainda segundo o portal, a defesa de Diego explicou que os áudios foram retirados de contexto.
Segundo os advogados, na conversa completa, teria sido Jeferson quem falou sobre a aparência e comportamento da profissional. A equipe jurídica diz ainda que nem toda ofensa, mesmo que amoral, configura crime.
No áudio, Diego teria dividido experiências com outros funcionários no passado. Jeferson nega a versão de Diego. A defesa diz ainda que Diego tem sido vítima de incitação ao ódio, calúnia, ameaça e difamação após a divulgação dos áudios.
Continua depois da publicidade
Um segundo defensor explicou à "CNN" que está apurando o ocorrido e que vai se manifestar após tomar ciência de todo caso.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade