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Cotidiano
De volta ao Parlamento, Lula fala para o mundo no debate-geral da Assembleia lembra questões ambientais, a sustentabilidade, pediu o fim das guerras e criticou a própria Organização
19/09/2023 às 16:07 atualizado em 19/09/2023 às 17:17
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Lula é o presidente brasileiro que mais discursou no Parlamento da ONU | Ricardo Stuckert/PR
O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), esteve no púlpito do debate-geral da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas nesta terça (19). Em seu discurso, o Chefe do Executivo do Brasil aproveitou para reforçar seu compromisso no combate à desigualdade.
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A última vez que o Presidente da República havia discursado na ONU havia sido em 2009. Ele parece ter se ressentido de precisar refazer um discurso antigo.
“Muitos sucumbiram à tentação de substituir um neoliberalismo falido por um nacionalismo primitivo, conservador e autoritário”, lembrou Lula. Um retrocesso que no mundo todo só escancara a desigualdade que, segundo o próprio presidente, ele pensou que não veria mais, nem que precisaria voltar para combater. Lula também falou de fome, da necessidade de o mundo apoiar o cone sul nas questões ambientais, do combate ao racismo à LGBTfobia e ao preconceito de gênero.
“Somente movidos pela força da indignação, poderemos agir com vontade e determinação para vencer a desigualdade e transformar efetivamente o mundo a nosso redor”, foi o recado de Lula em pouco mais de 20 minutos.
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Sobre as questões ambientais o presidente também falou sobre que o que há alguns anos achávamos que apenas outras gerações viveriam. O meio ambiente está completamente revolto, “a emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implementação do que já foi acordado”, disse Lula cobrando apoio financeiros dos chamados países desenvolvidos.
Acordo de Paris
O Presidente falou bem basicamente para os membros do Acordo de Paris. “Sem mobilização de recursos financeiros e tecnológicos, não há como implementar o que decidimos. A promessa de destinar US$ 100 bilhões aos países em desenvolvimento permanece apenas isso. Uma promessa”, declarou Lula.
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Sobre desenvolvimento sustentável, Lula lembrou que antes todo mundo falava da Amazônia, mas que agora a Amazônia fala por si só, como foi o caso da Cúpula de Belém e do Plano de Transformação Ecológica apresentado por países que possuem parte do bioma amazônico em suas fronteiras.
“Os dez por cento mais ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo. No Brasil, já provamos uma vez e vãos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível”, relatou Lula se solidarizando com os recentes desastres ambientais no Marrocos, na Líbia e no nosso querido Rio Grande do Sul.
Além de outros temas destaque ainda para as críticas que Luiz Inácio fez ao Fundo Monetário Internacional (FMI), ao Banco Mundial e à própria ONU. O montante disponibilizado pelo Fundo para países europeus foi estrondoso, US$ 160 bilhões, enquanto para países africanos, houve a destinação de apenas US$ 34 bilhões. Uma “representação desigual e distorcida”, segundo Lula. Para o presidente, essa foi uma das forças que levou o BRICS a ampliar seus países-membros, o que Lula chamou de “imobilismo”, defendeu.
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Antes da defesa da Ucrânia, já que Vlodymyr Zelensky não tirava os olhos do presidente, Lula lembrou de outros conflitos armados ao redor do mundo. E criticou as sanções impostas à Rússia, para o presidente brasileiro, esse não é o melhor mecanismos, mas sim “escancara a incapacidade dos países que são membros da ONU com o alcance da paz, dificultam os processos de mediação, prevenção e resolução pacífica de conflitos”, afirmou Lula, que abriu agenda na próxima quarta-feira (20) para receber Zelensky.
Lula quer que o Brasil seja reconhecido, em 2030, por ter cumprido, além dos 17 objetivos sustentáveis da Agenda de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Apresentou o objetivo de número 18: Combater a desigualdade racial. Lula retorna ao Brasil no próximo sábado, e é o presidente brasileiro que mais discursou na Assembleia das Nações Unidas: oito vezes.
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