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Cotidiano
Museu ficará fechado a partir desta segunda (26/8) e será reaberto ao público em novo local em novembro
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Mudança do Museu das Favelas será para um espaço de grande circulação e pretende fortalecer a promoção do patrimônio cultural das favelas | Divulgação/Museu das Favelas
O Museu das Favelas, nos Campos Elíseos, em São Paulo, ficará fechado a partir desta segunda-feira (26/8). O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou, na última sexta-feira (23), que o local será transferido para o Largo do Pateo do Collegio, na região central de São Paulo.
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Devido à mudança, o museu será reaberto ao público em novo local, apenas em novembro.
Durante o Fórum Estadual de Mulheres no Hip Hop, que ocorreu no último domingo (25), Carla Zulu, uma das fundadoras do museu, informou sobre o encerramento do funcionamento do Museu das Favelas, e sua saída da organização das atividades relacionadas ao local.
Segundo a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, a mudança para um espaço de grande circulação fortalecerá a promoção do patrimônio cultural das favelas e atende ao Projeto do Centro Administrativo do Governo, com a transferência de órgãos estaduais para a região do Campos Elíseos.
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“A mudança do Museu das Favelas para o Centro Histórico de São Paulo é um marco significativo. A nova localização não só fortalece a promoção e preservação do patrimônio cultural das favelas, mas também integra o museu ao coração cultural da cidade”, pontuou a secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, Marília Marton.
Uma das fundadoras do museu, Carla Zulu, explicou - durante o Fórum Estadual de Mulheres no Hip Hop - que esta não é a primeira vez que tentam fazer esta mudança e que, na verdade, o espaço servirá como “moradia” para o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Nas redes sociais, alguns internautas compartilharam revolta com a situação.
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"E o Museu das Favelas que vai fechar as portas no espaço atual... Agora ceis sabe porque? PORQUE O TARCÍSIO VULGO GOVERNADOR DE SP QUER MORAR AQUI... Mano ? Isso é absurdo em tantas camadas....", afirma uma usuária do X, antigo Twitter.
A transferência para a região central é uma promessa de campanha de Tarcísio de Freitas, que deve levar, conforme estimativa do governo, 18 mil trabalhadores para a região dos Campos Elíseos.
Uma das justificativas é que a nova sede aumentará a circulação e ocupação na região, conhecida como “Cracolândia”, e ajudaria a “revitalizar” o centro da cidade.
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Em seu plano de governo, publicado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, Freitas afirma que construirá o Polo Administrativo em Campos Elíseos.
"Com objetivo de recuperar essa região degradada da cidade, além de reduzir as despesas com manutenção das estruturas do Estado, mediante a aquisição de terrenos e construção de edifícios próprios para abrigar unidades administrativas, através de parcerias com a iniciativa privada. Os prédios teriam amplo acesso e fruição, além de contar com alamedas de comércio e serviços".
Usuários do X, também acreditam que a mudança faça parte do projeto de governo de Tarcísio, que vai contra a população periférica e seu desenvolvimento.
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“Na verdade, vai virar sede da secretaria da Justiça, mas continua sendo projeto de higienização dos Campos Elíseos para instalação da sede do governo na região”
O projeto, chamado de Centro Administrativo Campos Elíseos, substituirá a atual sede do governo, que fica no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, um dos bairros mais caros da cidade.
O novo centro será construído por meio de uma parceria público-privada (PPP). Segundo informações do site do governo estadual, o custo será de cerca de R$ 4 bilhões.
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O museu ocupava o Palácio do Campos Elíseos, construído no século 19, símbolo da elite cafeeira na época. Havia se tornado patrimônio cultural para artistas independentes das quebradas, trazendo um novo entendimento a respeito do papel de um museu na sociedade.
O palácio dos Campos Elíseos, projetado em 1896, foi residência de um rico fazendeiro e, em 1912, o governo estadual adquiriu o imóvel, sendo utilizado como residência de governadores e sede de governo.
No passado, o bairro foi considerado um dos mais nobres da cidade, morar nos Campos Elíseos era para a alta sociedade. Há indícios de que a mudança deve acontecer para permanecer a “identidade” do bairro.
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A divulgação da cultura periférica se estabelece ao ocupar o Palácio dos Campos Elíseos, como um espaço dedicado em criar oportunidade para as favelas terem protagonismo em suas diversas camadas: nas memórias, pautas, produções, exposições, atividades, nos espaços de decisão e de gestão.
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