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Cotidiano

Mudanças climáticas podem desenvolver novas infecções no homem; entenda

O aquecimento global tem levado os fungos a desenvolver resistência a medicamentos e virulência, capacidade de causar doenças

Yasmin Gomes

15/07/2024 às 19:45  atualizado em 15/07/2024 às 20:24

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Um novo estudo descobriu que alguns fungos estão evoluindo para se tornarem capazes de infectar humanos

Um novo estudo descobriu que alguns fungos estão evoluindo para se tornarem capazes de infectar humanos | Wirestock/Freepik

O sistema imunológico dos seres humanos é muito eficaz na proteção contra fungos. Há milhões de espécies no ar, no entanto, apenas 20 podem causar infecções em seres humanos.

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Um novo estudo descobriu que alguns fungos estão evoluindo para se tornarem capazes de infectar humanos, e essa evolução pode estar relacionada à mudança climática.

Há também indicações de que o aumento das temperaturas esteja permitindo que os fungos sofram mutações e se tornem resistentes a antifúngicos.

O estudo

Os autores do estudo publicado na revista Nature Microbiology começaram vasculhando os registros de infecções fúngicas de 98 hospitais na China, entre 2009 e 2019.

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Eles encontraram dois pacientes que haviam sido infectados por um grupo de fungos que, até onde se sabe, nunca haviam causado doenças em humanos.

Os fungos foram isolados em laboratório e descobriram que eles eram capazes de infectar camundongos que estavam com o sistema imunológico comprometido, imitando o que poderia acontecer em pacientes imunocomprometidos.

Devido à temperatura corporal de 37°C, muito elevada para a maioria das espécies de fungos, os mamíferos são protegidos contra esses patógenos. Mas entre os novos registros, os pesquisadores descobriram que as espécies de fungos R. fluvialis e R. nylandii toleram bem a alta temperatura corporal.

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Além disso, a temperatura de 37°C aumentou a taxa de mutações nas colônias de fungos em comparação com temperaturas mais frias de 25°C. Como resultado, os fungos tornaram-se resistentes a medicamentos antifúngicos.

Aquecimento global e a evolução dos fungos

Segundo os autores do estudo, o aquecimento global tem levado os fungos a desenvolver resistência a medicamentos e virulência, capacidade de causar doenças.

Outros estudos mostraram que algumas espécies de fungos podem crescer em temperaturas mais altas do que podiam há várias décadas.

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Os cientistas identificaram recentemente que alguns patógenos fúngicos, incluindo Candida auris, surgiram devido ao aumento da temperatura do solo em todo o mundo. Jatin Vyas, médico especialista em fungos da Faculdade de Medicina de Harvard, EUA, acredita que isso provavelmente se deve ao aquecimento global.

Resistência a medicamentos

De acordo com Vyas, há um risco de fungos resistentes a medicamentos se espalharem pelo mundo, já que foram detectados na Espanha, em Portugal e no Canadá. As infecções fúngicas já causam cerca de 2,5 milhões de mortes por ano.

A dificuldade é que os fungos são organismos eucarióticos, assim como os mamíferos. Isso significa que o desenvolvimento de qualquer novo medicamento pode resultar em efeitos colaterais para os humanos.

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Vyas vê um ponto positivo nas más notícias. "Estudos como esse nos preparam para organismos patogênicos", explica. "Estamos começando a entender como os fungos estão se adaptando a partir desses casos raros, como na China. Assim, poderemos encontrar mecanismos para nos proteger no futuro."

*Texto sob supervisão de Diogo Mesquita

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