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Cotidiano
Segundo a líder da equipe da OMS sobre arbovírus, Diana Rojas Alvarez, "as mudanças climáticas têm impacto na transmissão da dengue porque aumentam as chuvas, a umidade e a temperatura
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Itália, França e Espanha, países anteriormente livres da dengue, reportaram 128 casos da doença em 2023 | Fernando Frazão/Agência Brasil
Mudanças climáticas estão levando a dengue para a Europa, acreditam pesquisadores da OMS (Organização Mundial da Saúde).
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Itália, França e Espanha, países anteriormente livres da dengue, reportaram 128 casos da doença em 2023. É um acréscimo de 80% em relação a 2022, que teve 71 notificações. Em 2021, houve apenas dois registros, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças.
Segundo a líder da equipe da OMS sobre arbovírus, Diana Rojas Alvarez, "as mudanças climáticas têm impacto na transmissão da dengue porque aumentam as chuvas, a umidade e a temperatura".
Os números europeus ainda são pequenos em relação ao surto global da doença e a região está catalogada como de "probabilidade moderada de transmissão". Mas a ameaça "exige a máxima atenção e resposta em todos os níveis", completou Alvarez.
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Em 2023, cerca de 6 milhões de casos foram contabilizados em 92 países, sendo que quase 80% deles foram nas Américas, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental. Os piores países são Brasil, Bangladesh, México, Peru e Burkina Faso, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças.
O Brasil passa por um atual surto da dengue, e a cidade de São Paulo contabilizou 1.792 casos nas primeiras três semanas de janeiro, número que já ultrapassa o total registrado no primeiro mês do ano desde o início da série histórica, em 2015.
A disposição global de mosquitos mudou em 2023 devido ao fenômeno El Niño, que acentuou os efeitos do aquecimento global das temperaturas e das alterações climáticas, disse a OMS.
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Ambos os fatores estão associados ao fato de a França, Itália e Espanha, reportarem casos de infecções originadas no país, a chamada transmissão autóctone, e não no estrangeiro.
Alvarez lembrou que, normalmente, a Europa relata "casos importados" das regiões endémicas, mas em 2023 foram identificados conjuntos de casos relacionados com transmissão local, inclusive porque "os verões estão cada vez mais quentes".
A França convive com algumas transmissões desde 2010, mas elas nunca passaram de uma dezena por ano até 2020, quando foram relatadas 13. Dois anos depois, o país atingiu um pico de 65. No ano passado, foram 43.
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A Espanha teve seu primeiro registro recente em 2018, com seis casos. O número repetido em 2022. Em 2023, foram três.
Já a Itália é o país mais atingido no atual surto. Desde 2010, havia registrado casos apenas em 2020, com dez notificações. No ano passado, porém, foram 82, sendo que quase a metade desses (38) aconteceram na área metropolitana da capital Roma.
No continente, além do Aedes aegypti como vetor da doença, há ainda o Aedes albopictus. Originário das florestas tropicais do Sudeste Asiático, o mosquito se espalhou globalmente nas últimas três décadas por meio do transporte de ovos escondidos em navios principalmente em dois produtos comerciais: pneus usados e plantas de bambu da sorte.
Após a infestação inicial na Albânia, Itália e sul da França, acredita-se que ele tenha se espalhado pela Europa pegando carona em carros, caminhões ou trens. Devido a sua origem, é comumente chamado de mosquito tigre asiático, ou simplesmente tigre.
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