Motorista de BMW pode responder por homicídio doloso

O Ministério Público de São Paulo quer que Luiz Paulo Franco Del Corso responda por homicídio doloso e tentativa de homicídio. O homem é responsável pela morte de uma criança de quatro anos, e por ferir outras quatro vítimas, após se envolver em uma batida em Bragança Paulista, no interior de São Paulo.

MP se posiciona

O caso havia sido registrado como homicídio culposo e lesão corporal culposa, entretanto a Polícia Civil e o MP entendem que o motorista da BMW assumiu o risco de matar. Luiz dirigia sob efeito de álcool e com a carteira bloqueada, devido ao envolvimento em outros três acidentes de trânsito, todos envolvendo bebida.

"Isto porque, o investigado estava visível e completamente embriagado quando dos fatos, assim indicando que assumiu o risco ao conduzir o veículo, o que é corroborado pelo fato de que esta não foi a primeira vez que ele o fez alcoolizado, em notório incremento do risco", disse o promotor Rogério José Filócomo Júnior em manifestação à Justiça.

O ministério também alegou que a velocidade do veículo era maior do que o limite permitido na rodovia Capitão Bardonio.

“A velocidade regulamentada para aquela via (...) era de 60 km/h, e estando muito acima disso, o investigado novamente assumiu o risco de produzir o resultado morte, novamente indicado seu dolo na conduta”, conclui o MP.

O empresário segue preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória de Jundiá. Em nota, o advogado dele informou que se solidariza com as vítimas do acidente e que comprovará que Luiz Paulo não teve a intenção de provocar o acidente.

Relembre o caso

No último domingo (23/06), uma BMW colidiu com um Gol, em Bragança Paulista. O acidente feriu quatro pessoas e matou Valentina Oliveira da Veiga, de quatro anos. O carro de luxo transportava apenas Luiz, que não se feriu, enquanto o Gol transportava dois adultos e três menores de idade.

Entre os feridos, uma menina de dois anos e sua mãe, de 31, foram levadas em estado grave ao Hospital Universitário São Francisco. Um homem de 26 anos, pai das crianças de dois e quatro anos, e uma adolescente, filha apenas da mulher, de 14, tiveram ferimentos leves e passam bem.

Motorista preso

Segundo o boletim de ocorrência, o homem se recusou a realizar o teste de bafômetro, mas, por apresentar “sinais claros de embriaguez” como forte odor etílico, fala pastosa, olhos avermelhados e exaltação, foi preso em flagrante.

“Os policiais foram lá e conversando com a pessoa foi constatada a voz pastosa, o raciocínio desordenado. Ele foi convidado a fazer o teste do etilômetro, mas se recusou. O outro motorista fez e resultou negativo”, afirma a delegada Nagya Cássia de Andrade.

“Ele (o empresário) foi conduzido para o plantão, como é feito em toda ocorrência relacionada a embriaguez. Aqui ele também se recusou a fornecer o sangue para exame toxicológico”, completa.

Ainda segundo o boletim, o motorista da BMW confessou informalmente que consumiu bebidas alcóolicas e fez uso de drogas momentos antes de dirigir.

Preso preventivamente

Após passar por audiência de custódio, o empresário teve a prisão convertida em preventiva, nesta segunda-feira (24/06).

Na audiência, a juíza Mariane Cristina Maske de Faria Cabral disse que "o custodiado já foi condenado por embriaguez ao volante por três vezes sendo que, na última, foi condenado a regime inicial semiaberto. Soma-se a isso o fato de que não estava autorizado a dirigir naquele momento e mesmo assim o fez.", segundo informações do “G1”.

*Texto sob supervisão de Diogo Mesquita