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Cotidiano

Motorista de aplicativo viraliza ao prestar serviço exclusivo para fiéis do Candomblé e da Umbanda

Edson Araújo, de 36 anos, ficou conhecido como 'Macumber'; ele teve a ideia a partir das próprias experiências de discriminação que sofreu

Luana Fernandes

04/07/2022 às 16:00  atualizado em 04/07/2022 às 16:02

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Edson está há três meses trabalhando como motorista de aplicativo, após ficar seis meses desempregado

Edson está há três meses trabalhando como motorista de aplicativo, após ficar seis meses desempregado | Divulgação/Arquivo Pessoal

'Macumber'. Assim viralizou nas redes sociais o motorista de aplicativo Edson Araújo, que encontrou na própria experiência uma forma de se destacar no trabalho. Ele oferece um serviço especializado no Rio de Janeiro: o transporte em segurança de fiéis de religiões de matriz africana.

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Ele sentiu a necessidade de criar o servio quando também recebia olhares travessados ao ir para cerimônias religiosas. "Assim que eu comecei a trabalhar em aplicativo, eu já senti o desejo de fechar este tipo de serviço. Porque eu mesmo já sofri formas de discriminação quando eu ia para algum lugar trajado com a roupa do Candomblé. Então pensei em criar um tipo de serviço onde as pessoas de religiões de matriz africana pudessem se sentir confortáveis e sem medo", afirmou Edson.

As religiões de matrizes africanas foram as que mais sofreram ataques no ano passado no Rio, segundo um relatório da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. Das 47 denúncias identificadas pelo Observatório de Liberdade Religiosa, 43 foram contra as religiões de origem africana, o que representa mais de 91% dos casos.

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Após ficar seis meses desempregado, Edson, de 36 anos, iniciou o trabalho de motorista de aplicativo há três meses para um renda. Desde o começo, ele já enxergou a necessidade de atender pessoas com a mesma religião ue ele. Atualmente, 70% das corridas são para clientes que sao da Umbanda ou do Candomblé.

"Como eu mesmo já sofri discriminação, o intuito é minimizar esse dano. A gente faz o possível", afirma o motorista, que acredita que ideal é a conscientização e o fim do preconceito contra fiéis de religiões de origem africana. Há clientes que usam o serviço toda semana. Desta forma, ele consegue fechar pacotes de transporte em dias de festa e rituais.

O apelido 'Macumber' viralizou nas redes sociais

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Apelido e segurança

'Macumber' viralizou na web a partir do sucesso da propagranda do seviço em grupos de redes sociais. Edson teve a ideia e postou em grupos de Facebook. Uma das participantes viu, gostou e o apelidou, dando permissão para ele utilizar o nome nos anúncios. Foi assim que o nome marcou.

Os cuidados de Macumber não se resumem só a evitar o preconceito, mas também deixar os seus clientes em segurança. Ele explica que se o contratante precisa colocar alguma oferenda, ele espera até o fim do ritual para ter certeza que o cliente volta em segurança. "Se tem que deixar algo na rua, se tem que ir a uma cachoeira, eu vou, espero e trago de volta", explica Edson.

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O motorista conta que tenta cobrar um valor próximo ao dos aplicativos, mas precisa levar em consideração o deslocamento até o passageiro. "A diferença para o aplciativo é essa: o motorista está ao redor da casa da pessoa. Eu calculo o meu custo de combustível, exorbitante do jeito que está, e de acordo com a pequena porcentagem de lucro, que é baixa", comenta.

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