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Cotidiano

Mortes no trânsito crescem 16% em São Paulo e chegam a maior número desde 2015

Prefeitura diz implantar série de medidas para reduzir número de acidentes e de vítimas

Caroline Souza

29/05/2024 às 20:00

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De janeiro a abril de 2024, ao todo, 316 pessoas morreram em acidentes nas ruas da capital, contra 374 do mesmo período de 2015.

De janeiro a abril de 2024, ao todo, 316 pessoas morreram em acidentes nas ruas da capital, contra 374 do mesmo período de 2015. | Marivaldo Oliveira/Codigo19/Folhapress

O número de mortes no trânsito da cidade de São Paulo é o maior desde 2015, quando se compara os quatro primeiros meses do ano.

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De janeiro a abril de 2024, ao todo, 316 pessoas morreram em acidentes nas ruas da capital, contra 374 do mesmo período de 2015.

Os dados são do Infosiga, sistema de monitoramento da letalidade no trânsito do governo estadual.

Na análise do atual primeiro quadrimestre com o do ano passado, a alta é de 16%. Do total de vítimas fatais em 2024 na capital, 106 eram jovens, com idade entre 15 e 29 anos.

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A quantidade de óbitos nas ruas e avenidas da cidade atualmente é 25% maior que em 2019, antes da pandemia de Covid-19, quando 252 pessoas morreram no primeiro quadrimestre daquele ano.

O crescimento da letalidade, entretanto, foi percentualmente superior ao da frota no município. De acordo com a Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), no mês passado a cidade contava com 9,6 milhões de veículos registrados contra 8,4 milhões de abril de 2019 --cerca de 14% a mais.

O mês passado foi mais letal do ano, com 97 casos contra 89 de março, com alta de 9%.

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Percentualmente, entretanto, o trânsito na capital paulista subiu menos que no geral do estado, onde a quantidade de vítimas fatais saltou 19,2%, comparando os quatro primeiros meses de 2023 e com os de 2024. A estatística estadual é a maior desde 2016.

Apenas entre ocupantes de automóveis, os dados de letalidade são menores na cidade de São Paulo, com queda de praticamente 20% nos períodos comparados (47 a 38).

Os motociclistas são quase metade das vítimas fatais, com 148 mortes de janeiro a abril deste ano.

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Para tentar frear a violência do trânsito contra pilotos e garupas de motos a Prefeitura de São Paulo diz investir na ampliação da faixa azul, que restringe a circulação de motocicletas no trecho demarcado.

A cidade conta atualmente com 98,2 km de faixas azuis, sinalização que não está prevista no Código Nacional de Trânsito e vem sendo usada como teste.

De acordo com dados coletados pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), afirma a administração Ricardo Nunes (MDB), entre outubro de 2022 e janeiro de 2024, trafegar na avenida dos Bandeirantes pela faixa azul, por exemplo, foi 18 vezes mais seguro do que fora dela.

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Mesmo com os índices de segurança propagados, a prefeitura confirmou quatro mortes de motociclistas em faixas azuis. Elas ocorreram entre os últimos meses de dezembro a abril.

Em nota, a administração municipal também afirma ter implementado uma série de medidas para evitar que ocorrências de trânsito façam vítimas e causem mortes, principalmente de motociclistas, destacando ainda a proibição da circulação de motos nas pistas expressas das marginais, a implantação e reforma de 12 mil faixas de pedestres e o aumento do tempo de travessia.

Mesmo com investimentos para aumentar a segurança de quem está à pé, nove pessoas a mais morreram atropeladas neste ano, na comparação com janeiro a abril de 2023 (10% de alta).

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Com 63 casos neste ano, o domingo é o dia da semana com mais mortes na capital. Uma dessas vítimas foi o motorista de aplicativo Ornaldo Silva Viana, 52. Seu carro acabou atingido na madrugada de 31 de março por um Porsche a mais de 100 km/h em uma via da zona leste onde o limite é de 50 km/h. O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, que conduzia o carro esportivo, está preso.

"É preciso desmistificar a cultura da velocidade, como se ela fosse legal, pois é perigosíssima", afirma Sérgio Avelleda, coordenador do Núcleo de Mobilidade Urbana do Laboratório Arq. Futuro de Cidades do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper

Avelleda, que critica flexibilização de regras nacionais de trânsito, como a que ampliou de 20 para 40 o limite de pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) em 2021, diz que as estatísticas de letalidade só vão diminuir com mais fiscalização --tanto de agentes quanto de equipamentos eletrônicos-- que, na sua percepção, vem diminuindo.

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No mês passado, Nunes assinou um decreto que paralisou a ampliação de radares na capital. A publicação do documento ocorreu dias depois de a CET anunciar que iniciaria "a implantação e troca dos equipamentos de fiscalização eletrônica existentes na cidade".

Ao explicar a medida na época, o prefeito disse que radares só seriam colocados a partir de "justificativa importante para a questão da segurança do trânsito" e que iria potencializar ações de conscientização e que resultem na diminuição de acidentes e de óbitos.

"O controle de velocidade é antipático, mas salva vidas, pois o radar persegue o infrator e não o bom motorista", afirma Avelleda.

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Por meio de notas da SSP (Secretaria da Segurança Pública) e do Detran (Departamento de Trânsito), a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) cita números de blitze, que nos quatro primeiros meses deste ano fiscalizaram mais de 110 mil veículos no estado e flagraram quase 200 motoristas sob efeito de álcool.

O governo estadual diz ainda ter realizado 12 campanhas educativas e de conscientização desde o início de 2023.

Cita também a recente reformulação do Infosiga como ferramenta para fomento de políticas públicas de segurança viária, a partir de estatísticas. O novo sistema, entretanto, apresenta instabilidade.

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