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Cotidiano

Morre Raquel Welch, atriz que foi sex symbol dos anos 1970, aos 82 anos

Artista ficou marcada por filmes de gênero como 'Viagem Fantástica' e 'Desejo de Vingança', e foi inspiração para 'Kill Bill'

15/02/2023 às 22:23  atualizado em 15/02/2023 às 22:26

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Raquel Welch em cena do filme 'Mil séculos antes de Cristo', de 1966

Raquel Welch em cena do filme 'Mil séculos antes de Cristo', de 1966 | Divulgação

A atriz e modelo Raquel Welch morreu nesta quarta (15), aos 82 anos. A informação foi confirmada pela família e o agente da atriz.

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A causa não foi divulgada, mas familiares afirmam que a artista morreu após breve período de doença.

Welch começou a carreira de atriz em 1964, mas foi em 1966 que ela chegou ao estrelato com "Viagem Fantástica", de Richard Fleischer, e "Mil Séculos Antes de Cristo", de Don Chaffey.

As duas produções ajudaram a consolidar a artista como símbolo sexual pela próxima década. Visto como "exótico", seu visual ajudou a redefinir o ideal de beleza nos Estados Unidos, afastando a indústria do olhar único a tipos loiros, como Marilyn Monroe, e popularizando os cabelos mais longos e expansivos.

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Ela também ficou marcada na história por sua atuação em "Desejo de Vingança", de 1971, um dos primeiros longas do controverso subgênero apelidado de "rape-revenge". Nessas histórias, mulheres se vingam de homens que a estupraram de maneira brutal.

O longa, dirigido por Burt Kennedy, também foi um dos primeiros faroestes a ter uma mulher como protagonista, ao invés de estrelá-la como interesse romântico, e anos depois serviu de inspiração a Quentin Tarantino para "Kill Bill".

Welch ainda estrelaria outros exemplares do gênero, incluindo "100 Rifles", de 1969, e "O Preço de um Covarde", de 1968. A artista também marcou época com a comédia "O Diabo É Meu Sócio", uma adaptação livre de "Fausto" que depois ganharia nova versão em 2000 com "Endiabrado", estrelado por Brendan Fraser e Elizabeth Hurley.

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Ela continuaria a trabalhar em filmes de gênero, desde comédias como "Um Beatle no Paraíso", de 1969, a aventuras do porte de "Os Três Mosqueteiros", de 1973, e sua continuação, "A Vingança de Milady", de 1974.

No caminho, ela contracenou com celebridades masculinas do porte de Oliver Reed, Peter Sellers, o músico Ringo Starr e Burt Reynolds, além de colaborar com os diretores Edward Dmytryk, Herbert Ross e Richard Lester. Em todos os filmes, porém, sua presença nunca foi minguada pelos outros artistas, mesmo quando sua figura era pensada apenas pelo ângulo da sexualidade.

Nascida em Chicago, Raquel Welch mudou com a família cedo para San Diego, e ainda na infância teve aulas de balé e atuação. Sua beleza foi validada na adolescência, quando venceu diferentes concursos de beleza, o que impulsionou uma carreira como modelo.

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A estreia no cinema aconteceu como figurante nos filmes "Uma Certa Casa Suspeita" e "Carrossel de Emoções", ambos de 1964. Ela ainda fez alguns trabalhos na TV antes de assinar contrato com a 20th Century Fox, estúdio que a elevou ao status de estrela.

Depois do auge nos anos 1970, a atriz continuaria a marcar presença nas década seguintes, ainda que como uma figura a ser citada e não na posição de artista interpretando um papel. Isso inclui as participações breves em comédias como "Corra que a Polícia Vem Aí! 33 1/3", de 1994, e "Legalmente Loira", de 2001.

Seus últimos trabalhos foram na comédia "Como se Tornar um Conquistador" e na série "Date My Dad", ambas de 2017.

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Ela venceu o Globo de Ouro de melhor atriz em comédia ou musical de 1975, por "Os Três Mosqueteiros", e foi indicada novamente em 1988 por seu trabalho no filme televisivo "Direito de Morrer", de 1987.

A atriz foi casada em quatro ocasiões. Com o publicitário James Welch, entre 1959 e 1964; o produtor Patrick Curtis, que ajudou a promover sua carreira, entre 1967 e 1973; o também produtor André Weinfeld, entre 1980 e 1990; e Richard Palmer, com quem foi casada entre 1999 e 2004. Ela deixa dois filhos.

Raquel Welch comentou algumas vezes sobre os sentimentos contraditórios que nutria em relação à própria figura sexual. Apesar de gostar da atenção dada ao corpo, ela também acreditava que a impressão era limitante, a impedindo de ser escalada a todos os papeis que gostaria de interpretar.

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Esse cenário explica porque ela é uma das únidas mulheres a ser capa da revista americana Playboy sem exibir o corpo nu no ensaio principal. As imagens definem o legado da artista, que soube exibir beleza sem necessariamente se despir aos olhos do público, mas esconde o talento que teve para dar vida intensa a todas as personagens que interpretou nas telonas.

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