Morre Francisco, o primeiro papa sul-americano

Papa Francisco morreu, aos 88 anos, às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, nesta segunda-feira (21/4). As informações foram confirmadas pelo Vaticano.

“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”, escreveu a Igreja.

O pontífice foi o primeiro sul-americano a ocupar o cargo mais importante da Igreja Católica, onde permaneceu por 12 anos. 

Neste domingo (20/4), papa Francisco apareceu na varanda da basílica de São Pedro e desejou “Feliz Páscoa” aos milhares de fiéis reunidos no Vaticano para celebrar a ressurreição de Cristo.

Ele ficou recentemente internado por cerca de 40 dias com um quadro de bronquite. A primeira hospitalização foi no início de fevereiro.

O funeral do papa começa na Basílica de São Pedro. O corpo de Jorge Mario Bergoglio ficará exposto para visitação e oração dos fiéis. O funeral termina com a missa de corpo presente, na Praça de São Pedro.

A vida de Francisco

Jorge Mario Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, e era torcedor apaixonado do San Lorenzo. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso filho de imigrantes italianos optou por se dedicar aos estudos eclesiásticos.

Já como papa ficou marcado por um perfil progressista. Ele permitiu, por exemplo, bênçãos de padres a casais do mesmo sexo e colocou mulheres em cargos mais altos no Vaticano.

Em 2023, disse que as mulheres transexuais também são “filhas de Deus”, ao lembrar da primeira vez que recebeu um grupo no Vaticano. “Elas saíram chorando, dizendo que eu havia dado a mão a elas, um beijo, como se eu tivesse feito algo excepcional com elas. Mas são filhas de Deus!”, lembrou.

Por outro lado, terminou seu papado sem permitir sacerdotes do sexo feminino, reivindicação histórica de parte das católicas.

O pontífice se destacou por discursos políticos fortes durantes sermões, com críticas contra líderes de países em guerra, nações europeias por crise dos refugiados e a favor de florestas em pé.

Ele também visitou o Brasil logo no início do papado, com viagens a São Paulo e ao Rio.

Uma das imagens mais marcantes do seu papado aconteceu quando rezou sozinho na sempre lotada Praça São Pedro, no Vaticano, quando a Covid-19 se espalhou pelo mundo.