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Cotidiano

Moraes determina investigação da PF em grupos do Telegram contra o STF

A Polícia Federal terá de identificar, em 15 dias, os membros do grupo do Telegram "Caçadores de ratos do STF", e analisar o teor das mensagens trocadas por eles

Leonardo Sandre

22/08/2022 às 16:24  atualizado em 22/08/2022 às 16:35

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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta segunda-feira (22) que a Polícia Federal faça a identificação dos membros do grupo contra o STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta segunda-feira (22) que a Polícia Federal faça a identificação dos membros do grupo contra o STF | Antonio Cruz/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta segunda-feira (22) que a Polícia Federal identifique, em 15 dias, os membros de um grupo de Telegram que se intitula "Caçadores de ratos do STF", e analise o teor das mensagens trocadas por eles.

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O grupo tinha 159 participantes, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), entre eles Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, o homem que defendeu ataques a políticos de esquerda, como o ex-presidente Lula (PT), e a ministros do Supremo. Ele está preso desde o dia 22 de julho.

A PF investiga se Ivan Rejane cometeu o crime de tentar, por meio de violência ou grave ameaça, abolir o Estado democrático de Direito e de ter formado uma associação criminosa.

Ao apreender o celular e o computador do suspeito, a PF identificou que ele participava de grupos e listas de transmissão nas quais interagia com apoiadores, tendo a "intenção de potencializar o compartilhamento dos vídeos, imagens e textos produzidos, na maioria das vezes, com conteúdo criminoso, proferindo ofensas, intimidações, ameaças e imputando fatos criminosos a ministros do STF e integrantes de partidos políticos à esquerda do espectro ideológico".

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Um desses grupos seria o "Caçadores de ratos do STF". A Polícia Federal argumentou que não conseguiu identificar os integrantes do grupo por falta de tempo para análise, mas ficou à disposição para "se for o caso, realizar novas pesquisas e diligências" sobre eles.

A PGR então afirmou que, para acusar Ivan Rejane de associação criminosa, seria necessário haver provas de permanência e estabilidade de um grupo composto por ao menos três pessoas, visando cometer algum crime.

O pedido da PGR para identificação desses participantes foi acolhido por Moraes:

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"Determino (que) sejam os autos encaminhados ao delegado de Polícia Federal Fábio Alvarez Shor para que, no prazo de 15 dias, realize a análise do teor de mensagens trocadas e identifique todos os integrantes do grupo no Telegram 'Caçadores de ratos do STF'".

Ivan Rejane Fonte Boa Pinto foi preso em Belo Horizonte, após resistir à prisão. Ele havia sido candidato a vereador da capital mineira em 2020, sob o nome Ivan Papo Reto, pelo PSL (hoje, União Brasil). Teve 189 votos.

Ele publicou vídeos nos quais defendia "caçar" e "pendurar de cabeça para baixo" ministros e políticos, e também angariava apoio para atos contra as instituições durante a comemoração do Sete de Setembro.

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Quando pediu a prisão de Ivan Rejane a Moraes, no dia 20 de julho, a PF afirmou que o investigado usava perfis das redes sociais (YouTube, Facebook, Twitter) e aplicativos de mensagem para "mandar um recado para a esquerda brasileira", cooptando apoiadores com o fim de "caçar" e de "praticar ações violentas dirigidas a integrantes de partidos políticos à esquerda do espectro ideológico e a ministros do Supremo".

Nominalmente, são mencionados o ex-presidente Lula, Marcelo Freixo e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, além dos ministros do Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e o próprio Moraes.

Ele chama os ministros, nessas redes, de "vagabundos do STF".

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Ivan Rejane vinha, nos últimos meses, fazendo convocação de apoiadores para atos de teor golpista durante as comemorações do Sete de Setembro.

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