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Cotidiano
Associação de moradores anunciou que vai recorrer contra a decisão do Condephaat que alterou as regras de tombamento dos Jardins
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Rua do bairro Jardim América, em São Paulo | Reprodução/GSV
A associação de moradores dos bairros Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano anunciou nesta segunda-feira (16/12) que vai recorrer contra a decisão do Condephaat que alterou as regras de tombamento dos Jardins.
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“A decisão desconsidera aspectos fundamentais para a preservação urbanística e ambiental da região, além de levantar questionamentos sobre os reais interesses por trás dessas novas regras”, afirmou Fernando de Sampaio Barros, presidente da Ame Jardins, em contato com a Gazeta.
Mais cedo, ainda nesta segunda, a maioria dos conselheiros da Condephaat (que se trata do conselho estadual do patrimônico histórico) permitiu, na prática, a construção de condomínios e prédios de até três andares nos Jardins.
Para se tornar válida, a nova resolução ainda deve ser aprovada por outras instâncias.
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Segundo Barros, os moradores dos bairros não desejam alterações nas diretrizes atuais, que “já oferecem a proteção necessária para a região”.
Ele explicou que uma resolução de 2021 havia sido considerada suficiente para preservar os bairros, com a necessidade apenas de ajustes pontuais e não de uma resolução ampla.
Além disso, de acordo com Barros, o Ministério Público já se manifestou contra as alterações, argumentando que elas reduzem significativamente a proteção dos Jardins.
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“Não podemos aceitar mudanças que enfraquecem a proteção dos Jardins e colocam em risco o futuro da região com relevância ambiental e urbanística para toda a cidade”, completou.
O Condephaat alterou nesta segunda-feira as regras de tombamento dos bairros Jardins. Com isso, passa a ser permitida na prática a construção de condomínios e prédios de até três andares no Jardim Europa, Jardim América, Jardim Paulista e Jardim Paulistano.
Hoje, parte da região, na zona oeste da cidade, é conhecida pelas mansões de alto padrão.
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Para se tornar válida, a nova resolução deve ser aprovada por outras instâncias, como o órgão municipal de preservação do patrimônio histórico.
A decisão abre a possibilidade de alterações nos lotes dos bairros. Atualmente, a permissão é de uso unifamiliar – ou seja, cada terreno só pode ter um dono.
Com a possibilidade de haver mais de uma família por terreno, seria possível a construção de condomínios horizontais. Passaria a ser permitida, também, a construção de prédios de até três andares.
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Os conselheiros aprovaram ainda a proibição de inserir ruas dentro dos lotes, o que caracterizaria a formação de vilas. A decisão revogou as resoluções de 1986, 1988 e 2021 sobre o tópico.
O traçado das ruas e as praças permanecem tombados.
O novo texto também transfere para a prefeitura a decisão sobre o uso dos imóveis. O novo tombamento condiciona à Lei de Zoneamento o que cada proprietário poderá fazer nas edificações.
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A decisão revoltou parte dos moradores dos Jardins. Alguns levaram cartazes contra a mudança, alegando que a decisão descaracterizaria a região.
A AME Jardins também se posicionou contrariamente à decisão, como em outras tentativas de mudanças nas características dos bairros.
Na semana passada, o vereador reeleito Isac Félix (PL) retrocedeu e não vai mais levar adiante uma emenda à Lei de Zoneamento que liberaria a construção de prédios altos em Zonas Exclusivamente Residenciais (ZERs) de São Paulo, como o Alto de Pinheiros, a Vila Nova Conceição e parte dos Jardins.
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Essa alteração poderia modificar radicalmente o zoneamento de uma série de regiões da cidade, que hoje são exclusivamente residenciais, com comércio de pequeno porte.
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