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Cotidiano
Nunca é fácil realizar um sonho, mais difícil ainda é conseguir transformar em realidade, sozinho, um desejo que é dividido por duas pessoas
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Após anos de planejamento, Carolline Prado Lorena, de 28 anos, tirou sonho do papel | LG Rodrigues / Diário do Litoral
Nunca é fácil realizar um sonho, mais difícil ainda é conseguir transformar em realidade, sozinho, um desejo que é dividido por duas pessoas, mas isso não impediu Carolline Prado Lorena, de 28 anos, e amanhã (23) a realização desse sonho acontecerá em São Vicente e deve aproximar não apenas a engenheira de sua ambição, mas também centenas de pessoas de, quem sabe, começar a sonhar também.
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Formada em engenharia mecatrônica, área que a levou para a robótica educacional, Carolline é hoje uma das fundadoras do ‘Robótica Maker’, um projeto educacional que ensina centenas de alunos de escolas no litoral paulista sobre noções dos mais diferentes níveis sobre como se dá a produção de robôs e outras máquinas utilizadas em atividades de pequena ou larga escala industrial.
“Através de um curso de instrumentação que fiz no Senai, enquanto estava no Ensino Médio, eu me identifiquei muito com a área de programação e por isso optei por cursar mecatrônica”.
O interesse pela área rapidamente evoluiu durante o curso da faculdade junto da vontade de ensinar outras pessoas e levar mais moradores de Santos e Região a conhecer esse mundo da tecnologia que quase sempre fica restrito às grandes capitais do Brasil. Foi então que, em 2020, surgiu a ideia de organizar a 1ª Feira de Robótica da Baixada Santista.
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“Eu que estou liderando toda a organização, mas não tive ideia da feira. Eu tinha uma sócia até o ano passado, que era a minha tia Valéria, só que ela faleceu de Covid em 2021 e eu fiquei gerenciando a empresa sozinha. Era uma ideia que a gente teve em 2020, de fazer a feira de robótica, só que aí a pandemia começou em março e a gente não pôde fazer. Aí nós queríamos fazer em 2021, só que a gente ainda não podia colocar a quantidade de alunos que a gente tinha no mesmo local, que ainda não era permitido, aí nós adiamos de novo, ela acabou falecendo e agora que eu vou conseguir fazer”, explica.
Com a responsabilidade de levar adiante seu sonho, e o de sua tia, Carolline conseguiu viabilizar a feira e explica que o evento contará com material e atividades direcionadas a todos os tipos de público, sem restringir acesso independentemente do nível de conhecimento dos participantes.
“Lá nós vamos ter a exposição dos alunos, são nove projetos diferentes, e o tema da feira é indústria farmacêutica, nós vamos mostrar como que o medicamento pode ser produzido de forma automatizada, usando máquinas, robôs e diminuindo os erros de fabricação. Além da exposição dos alunos a gente vai ter as oficinas, quem for lá pode construir com as peças, igual eles constroem nas escolas, fazer as atividades também e nós vamos ter também o parque onde vão ter uma série de brinquedos pras crianças. Qualquer pessoa que gosta de ciência, tecnologia, criatividade pode ir e é muito bem-vinda”, afirma.
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REPRESENTATIVIDADE.
Uma das poucas engenheiras mecatrônicas pretas formadas na Baixada Santista no ano em que concluiu a graduação, Carolline explica que sempre ‘se viu sozinha’ na profissão, mas que isso sempre funcionou como um motor para a estimular não apenas a concluir a faculdade, mas ir além e garantir que ela não seja a única na profissão.
“Sempre sou a única negra. É um incentivo, com certeza, e eu quero que cada vez mais pessoas pretas entrem para essa área de mecatrônica, na área de tecnologia até que a quantidade de pessoas pretas é bastante expressiva, já na área de robótica, não. Realmente eu me vejo como a única ainda em muitos lugares onde eu vou e eu gostaria muito que, me vendo, outras pessoas também entrassem para essa área”.
Durante as aulas que ensina nas escolas da Região, Carolline afirma que já teve alunos pretos, mas eles ainda são minoria.
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“Dependendo da escola, até tenho alguns alunos pretos, algumas tem pouquíssimos, um por turma, às vezes nenhum por turma, mas dependendo da escola chega a ter cinco, seis em cada turma e vejo que eles me veem como referência. Isso é muito nítido”.
Além do desejo de levar mais negros a atuar na profissão, Carolline afirma que também vê potencial no litoral paulista para avançar como um polo tecnológico.
“Eu gostaria muito de ter um Instituto de Ciência e Tecnologia voltado para essa área de robótica e inteligência artificial. Aqui a Baixada Santista é mais focada para educação e saúde enquanto tecnologia fica mais em São Paulo”.
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Para quem quiser acompanhar mais o trabalho de Carolline e do ‘Robótica Maker’, ela faz um convite para acessar o portal do instituto: www.roboticamaker.com.br. Já quanto à 1ª Feira de Robótica da Baixada Santista, ela se dará neste domingo (23) a partir das 14h na Associação Fosfértil, que fica localizada na Rua General San Martin, 601, no Jardim Independência, em São Vicente. A entrada é franca.
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