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Cotidiano
Obra que retrata o artista foi feita pelo paulistano Renato Cássio da Silva e permanece no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, até janeiro
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Benjamim de Oliveira foi retrato em grafite por Renato Cássio | Renato Cássio da Silva/Arquivo pessoal
O Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo (SP), expõe até janeiro de 2023 um grafite homenagem a Benjamim de Oliveira, conhecido por ser o primeiro palhaço negro do Brasil. A obra que retrata o artista foi feita pelo paulistano Renato Cássio da Silva, de 37 anos.
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"Ele foi um grande artista, que merece muito mais exposição da sua obra”, disse Renato em entrevista ao portal G1.
O quadro foi escolhido entre várias obras de artistas do país todo para compor a exposição “Grandes Personalidades Negras”. Ao todo, são 81 trabalhos a mostra na exposição que começou em novembro.
O responsável pelo grafite contou que foi Benjamim que o escolheu para que ele levasse um pouco da história do "pretinho de Minas Gerais" para as novas gerações e que a história do palhaço ainda é muito desconhecida. “Esta enorme obra também é escondida, é bem difícil o acesso a toda biografia dele, de todo seu conteúdo, não somente como artista circense, mas também como músico e ator”, afirmou.
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De acordo com Renato, um trabalho como esse representa o sentimento de praticamente todo brasileiro com a magia do circo e também é de grande importância, pois, ajuda a valorizar a obra de Benjamim e fazer com que mais pessoas conheçam a trajetória e o legado dele.
“Através deste convite pude representar Benjamim, um artista negro, assim como também sou, e tive esta oportunidade”, ressaltou.
Quem foi Benjamim de Oliveira
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Natural de Pará de Minas, Benjamim de Oliveira nasceu em 11 de junho de 1870 e morreu em 3 de maio de 1954, Rio de Janeiro. O artista é um dos responsáveis pela difusão do circo-teatro no Brasil, mesclando o ambiente e técnicas circenses com adaptações de clássicos da dramaturgia.
Filho de escravos, Benjamin teve uma infância sofrida, ele apanhava muito do pai. O menino morava na zona rural de Pará de Minas e ia para a região central vender quitandas, para ajudar a família.
Aos 12 anos ele estava na Praça Francisco Torquato, quando viu um circo e resolveu fugir. Com a trupe do circo Sotero, Benjamim viajou pelo sertão mineiro e fez de tudo um pouco.
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No Museu Histórico da cidade há muito pouco sobre a vida do palhaço: por ser uma história mais antiga e também porque Benjamim ficou conhecido primeiro no Rio de Janeiro e em São Paulo. O que se sabe da época é que ele virou palhaço por acaso, depois que um profissional não conseguiu se apresentar no circo. O artista negro pintava o rosto de branco, dizem que era para fugir do preconceito.
Além de palhaço, ele também era compositor, cantor e ator. O artista já foi tema outras homenagens em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e Pará de Minas. Em 2020, a Acadêmicos do Salgueiro transformou a história de Benjamim no principal samba enredo da escola.
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