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Cotidiano

Ministério destina R$ 19,4 milhões para atendimento de pessoas com sintomas pós-Covid-19 em SP

Recursos do Ministério da Saúde serão alocados em ações de equipes e serviços da Atenção Primária à Saúde

Bruno Hoffmann

24/02/2022 às 17:59  atualizado em 24/02/2022 às 18:06

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Marcelo Queiroga

Marcelo Queiroga | Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Falta de ar aos esforços, cansaço, tosse, dor torácica, perda de olfato e paladar, cefaleia, tontura, alterações de memória, ansiedade e depressão. Esses são alguns dos sintomas mais comuns relacionados às condições pós-Covid, manifestações persistentes ou novas detectáveis após a infecção aguda pela doença. Diante desse cenário, para apoiar os municípios de São Paulo no cuidado às pessoas com essas condições, o Ministério da Saúde vai repassar R$ 19,4 milhões para reforço da assistência na Atenção Primária à Saúde (APS), ainda no contexto da pandemia.

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A liberação do investimento foi assinada nesta quarta-feira (23) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “Os leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) são importantes, mas se tivermos uma atenção primária preparada teremos mais condições de enfrentar o vírus”, destacou o ministro.

Com o recurso, os gestores poderão contratar profissionais qualificados e reformar e criar ambientes para abrigar ações necessárias, como espaços para fisioterapia, por exemplo. Além disso, será possível adquirir materiais de consumo necessário.

O secretário da APS, Raphael Câmara, falou da importância do investimento, já que 30 a 75% dos pacientes apresentam alguma manifestação pós-Covid. Também citou algumas das ações propostas para aplicação dos recursos. “Esse dinheiro obrigatoriamente tem que servir para fazer a busca ativa de novos casos e o monitoramento, além de definir estratégias de priorização de atendimento, conforme a realidade local”, disse, destacando que o que não puder ser feito junto à APS pode ser encaminhado à área de Atenção Especializada.

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A Atenção Primária será um ponto estruturante no cuidado de pessoas afetadas por condições pós-Covid. 

Considerada a porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS), a área tem características de ordenadora e coordenadora da rede pública, ou seja, um ponto da assistência que faz o primeiro atendimento à população e encaminha os casos se necessário, para os outros serviços, permitem tratá-las de forma eficaz e oportuna.

Investimento

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Para o cálculo do repasse para cada município, foi elaborado um índice de prioridade: para classificação dos municípios em alto, médio e baixo. O índice leva em consideração quantitativo de equipes, índice de vulnerabilidade social, porte populacional e taxa de mortalidade por Covid-19.

Assim, os municípios de perfil alto tiveram seus valores de repasse multiplicados por três, do perfil médio multiplicados por dois e do perfil baixo multiplicados por um. Dessa forma, o Governo Federal busca destinar o recurso para as localidades com questões de grande vulnerabilidade e maior impacto da doença causada pelo coronavírus.

Cenário

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As condições pós-Covid podem manifestar-se de diferentes maneiras e dependem da extensão e gravidade da infecção, dos órgãos afetados e dos cuidados tomados durante a fase aguda da doença. Dados já apresentados sobre o tema permitem estimar que muitos pacientes apresentam sintomas persistentes ou novos decorrentes da infecção, o que deverá acarretar um aumento na demanda por cuidados prolongados e posteriores à infecção aguda nos serviços de saúde, especialmente na APS.

Estudo publicado na revista científica The Lancet sobre a evolução tardia de pacientes que passaram por internação por Sars-Cov-2 demonstrou que, seis meses após a infecção aguda, 76% dos 1.733 pacientes avaliados apresentavam algum sintoma persistente. O cansaço e a fraqueza muscular foram os sintomas mais comuns, presentes em 63% dos casos, seguidos por dificuldade para dormir, ansiedade e depressão. Além disso, entre aqueles que desenvolveram casos graves da infecção, 56% desenvolveu algum tipo de alteração pulmonar significativa.

Já estudo publicado no Epidemiology Infection, que acompanhou 767 pacientes após internação por Sars-Cov-2, 51,4% desses ainda se queixavam de sintomas após cerca de 80 dias do quadro agudo, mais comumente fadiga e dispneia aos esforços, e 30,5% ainda apresentavam consequências psicológicas pós-traumáticas. Difusão pulmonar prejudicada foi encontrada em 19%.

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