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Cotidiano
Projetos estudam criar parque, desmontar ou até fazer túnel no lugar do Elevado João Goulart
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Minhocão já é fechado aos carros à noite e aos fins de semana | Bruno Escolástico/Photo Press/Folhapress
O Elevado João Goulart deve ser desativado totalmente para carros e outros veículos até 2029, como determina o Plano Diretor Estratégico de São Paulo. Mas qual deve ser o futuro do Minhocão? Há algumas possibilidades analisadas pela prefeitura.
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A gestão municipal garantiu à Gazeta que recentemente retomou os estudos sobre a desativação da via elevada que une o centro à zona oeste da cidade.
“A administração municipal retomou os estudos sobre a desativação, que estavam suspensos durante a revisão do Plano Diretor de legislações urbanísticas, para identificar a proposta urbanística mais adequada ao local”, informou a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento.
A gestão Ricardo Nunes (MDB), porém, deve fechar seu mandato sem anunciar um fim para a estrutura que corta parte da zona oeste da cidade.
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Em 2018, a Câmara Municipal aprovou uma lei para a criação do Parque Minhocão e a desativação gradual da via para carros. O texto foi sancionado pelo então prefeito João Doria (à época no PSDB), mas a Justiça declarou, em 2021, que a lei é inconstitucional após manifestação do Ministério Público.
A prefeitura trabalha com uma alternativa: a criação de um parque (parcial ou integralmente) ou a demolição total da estrutura. Ambos caminhos têm críticos e defensores.
O ex-vereador Caio Carneiro aprovou em 2020 um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que prevê um plebiscito para o povo decidir o destino do viaduto de 3,4 quilômetros de extensão que corta os distritos da Consolação, Santa Cecília, Barra Funda e Perdizes.
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O projeto prevê três opções para a população: transformar a estrutura em um parque em toda sua extensão, em um parque parcial ou ser desmontada.
Caio, que hoje saiu da vida pública momentaneamente para estudar nos Estados Unidos, sempre defendeu a demolição do viaduto.
“É possível requalificar aquele lugar com o desmonte, e então criar um boulevard com uma ciclovia legal, arborizada no meio, com corredor”, disse ele, à Gazeta.
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O ex-vereador afirmou que há três praças “soterradas” na região que ressurgiriam na paisagem urbana: Marechal Deodoro, Santa Cecília e Largo do Arouche. Segundo ele, as três poderiam ser rearborizadas e conectadas com ciclovias.
Caio também explicou à Gazeta que a inauguração do Parque Augusta e a criação do futuro Parque do Bixiga esvaziou ainda mais a ideia da criação de parque suspenso, já que “as pessoas preferem um parque com árvores, gramado, flores e vida”.
O elevado, em sua visão, ainda, consome milhões de reais com reformas, e se mantém com infiltrações, alagamentos e poluições sonora, visual e do ar, além do bloquei do sol.
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Caio também apontou que o viaduto destrói a privacidade de quem mora nos edifícios próximos e a construção de prédios que isola os primeiros andares deixaria as calçadas mais hermas e perigosas.
Além disso, do ponto de vista da mobilidade, o Elevado perdeu sua relevância, disse, ao lembrar que a estrutura já é fechada para carros aos fins de semana e durante a semana das 20h às 7h.
“As novas linhas de metrô, a retomada do Rodoanel Norte e vias como a Marquês de São Vicente, além dos aplicativos por transporte, tornam perfeitamente possível readequar o fluxo de veículos sem o Elevado. O desmonte e a readequação do eixo, embora demande investimento e tempo, resultaria num benefício maior e mais longevo para a cidade”, completou.
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Por fim, fez um alerta. Em sua visão, “se o Elevado não for desmontado, a Cracolândia deve migrar para o local quando a nova sede administrativa do governo paulista for inaugurada.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou a dizer em entrevista que defenderia a derrubada da estrutura apenas no caso da construção de túneis para o tráfego de veículos.
A ideia é refutada pelo arquiteto Nabil Bonduki (PT), autor do atual Plano Diretor da cidade.
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“Não tem o menor cabimento gastar uma fortuna para fazer túnel com tantas alternativas, como a avenida São João, Marques de São Vicente, além do corredor de ônibus, linhas de metrô e CPTM. É totalmente fora de propósito”, afirmou Nabil.
O tema do Minhocão deve estar no Plano de Governo dos principais candidatos a Prefeito de São Paulo. De um jeito ou de outro, algo deve mudar até 2029. Só ninguém sabe ainda o quê.
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