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Cotidiano

Mercado imobiliário não vê pandemia e cresce 54% em SP

Especialistas explicam os motivos da alta e falam se é a hora de comprar a casa própria

Gladys Magalhães

04/02/2021 às 14:21  atualizado em 05/02/2021 às 10:58

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Em 2020, crescimento do crédito imobiliário foi de 58% no Brasil, atingindo um volume de R$ 124 bilhões

Em 2020, crescimento do crédito imobiliário foi de 58% no Brasil, atingindo um volume de R$ 124 bilhões | Alexraths

A relações públicas Paula Bosqueiro e o engenheiro eletricista Pedro de Campos Figueiredo, ambos com 30 anos, estão animados com 2021. Após 11 anos, finalmente, eles vão deixar o aluguel e se mudar para o próprio apartamento, no bairro Alto da Boa Vista, em São Paulo.

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O imóvel foi adquirido em 2020, em plena pandemia, mas, apesar da insegurança do momento, o casal acredita que fez a compra no momento certo. “Antes o mercado estava mais inflexível e, agora, durante a pandemia, nós conseguimos negociar melhor as condições de pagamento, tanto com a construtora, quanto com o nosso banco, no qual financiamos o apartamento”, conta Paula.

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Paula e Pedro não se intimidaram com a pandemia e, após 11 anos, vão sair do aluguel

Ainda que a decisão do casal de entrar em uma dívida tão longa, como um financiamento imobiliário, em um momento de crise, possa causar espanto, Paula e Pedro estão longe de ser exceção. Dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), mostram que, em 2020, as concessões de crédito imobiliário com recursos da poupança tiveram alta de 54% somente no estado de São Paulo.

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No Brasil, o crescimento foi de 58%, atingindo um volume de R$ 124 bilhões, o que marcou um novo recorde histórico ao superar o pico anterior registrado em 2014, quando o mercado de lançamentos e vendas operava em ritmo acelerado.

Taxa de juros
Para a presidente da Abecip, Cristiane Portella, a taxa de juros em um patamar baixo é uma das razões do sucesso do setor, mesmo em ano de crise. “Nós estamos no menor patamar em juros de financiamento imobiliário da história. Para se ter ideia, em 2017, trabalhávamos com uma taxa de juros de 11% e, agora, estamos abaixo de 7% ao ano. Isso em um financiamento de 30, 35 anos, acaba dando um impacto muito grande na prestação, o que acaba atraindo, quem tem condições, para a aquisição do primeiro imóvel”, diz ela.

Além dos juros, Portella acredita que a própria pandemia ajudou o segmento, visto que há uma maior valorização do ambiente doméstico, com a casa assumindo o lugar de lar, trabalho e lazer.

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Mas, é hora de comprar?
Ainda que as taxas de juros para financiamentos imobiliários estejam menores, na opinião do economista Josilmar Cordenonssi, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, não é todo mundo que deve aproveitar o momento para comprar.

“Nunca vi a taxa de juros tão baixa, alguns planos são tentadores. Contudo, eu vejo como uma oportunidade para quem está comprando imóvel para morar, pois para investir já é um pouco mais complicado. Isso porque se a pessoa compra com a intenção de alugar para pessoa física, ela deve ter em mente que os valores de aluguel devem cair, por conta das dificuldades de renda da população. Já no que diz respeito aos imóveis comerciais e de escritório, a demanda está diminuindo, o que não deve trazer uma boa rentabilidade no futuro.”

Cautela
Mesmo para quem procura um imóvel para morar, o economista recomenda cautela. Além das taxas dos bancos, a pessoa precisa observar se ela possui uma reserva financeira para assumir os outros custos envolvidos na compra de um imóvel, como escritura, condomínio e impostos.

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A questão da empregabilidade também é importante, observa, visto que o compromisso de pagamento costuma ser longo.

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