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Cotidiano

Menina de 8 anos morre de Covid e mãe clama por vacina para crianças em SP

Segundo a mãe, Ana Luísa dos Santos Oliveira, não tinha comorbidades que pudessem agravar o sintomas de Covid

21/12/2021 às 16:50  atualizado em 21/12/2021 às 16:53

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Hospital Guilherme Álvaro onde a menina foi internada

Hospital Guilherme Álvaro onde a menina foi internada | Reprodução/ Google Street View

Uma menina de 8 anos de idade faleceu no dia 12 de dezembro por complicações da Covid-19 na cidade de Guarujá, no Litoral Paulista. De acordo com a mãe, o desfecho da Ana Luísa dos Santos Oliveira com a doença poderia ter sido diferente caso já fosse possível que ela tivesse recebido a vacina antiCovid.

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Conforme falou ao g1, a mãe, Valkíria Alice dos Santos, de 39 anos, já havia sido imunizada, assim como todo o restante da família. Mas devido à impossibilidade de aplicação de vacinas em crianças com 12 anos ou menos, a filha não estava protegida contra o novo coronavírus.

"Eu creio que, se ela tivesse tomado, poderia ter pego, mas não desse jeito. Seria fraco, e não tão agressivo do jeito que foi. Tem que liberar essas vacinas para as crianças" (Valkíria Alice dos Santos, mãe da vítima)

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A mãe explicou ainda que a filha não tinha qualquer diagnóstico de comorbidade que pudesse ter agravado ao sintomas de Covid. "A única coisa que ela tinha era rinite alérgica. Ela era gordinha, mas era uma criança saudável, não tinha diabetes, não tinha colesterol, brincava normal, estava indo à escola. Eles falaram 'mãe, devido a ela ser gordinha, pode ter sido um fator que contribuiu para ela não conseguir a cura".

A escola que Ana Luísa frequentava pode ter sido o local onde a menina contraiu a doença, segundo suspeitas da família. "Aqui em casa não foi. Creio que foi no colégio, após liberarem o retorno de 100% [da capacidade]. Às vezes, as crianças não têm sintomas". O texto conta com informações do g1.

Família defende vacinação

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A família de Valkíria é um exemplo de aderência à imunização na pandemia. De acordo com a vendedora, muitos dos familiares já tomaram, inclusive, a dose de reforço contra a Covid-19.  "Por que aconteceu com a minha filha? Ela era muito cuidadosa. Creio que, se estivesse vacinada [seria diferente]. As crianças precisam, acham que não pegam, mas elas pegam, sim", diz. 

"Ela tinha medo, era muito cuidadosa, a mais cuidadosa da casa. Tinha uma bolsinha só com a máscara, álcool em gel, lavava a mão, chegava da escola e tomava banho, às vezes eu queria dar uma caminhada, e ela falava para colocar a máscara. Não era aquela criança que não queria usar. Quando ela ficou dodói, falou 'mãe, estou com Covid-19?'. Falei que estava, mas que ela ia ficar boa. Ela era bem calma, não se desesperou, mas Deus quis levar ela, meu anjinho" (Lamentou a mãe da menina)

Mesmo diante da dor da perda da filha, a Valkíria lembrou a importância de seguir os protocolos sanitários em defesa diante do vírus.

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"Continuem usando máscara, usem álcool em gel, a Covid-19 não acabou. Aqui em casa, a gente falava que, graças a Deus, ninguém pegou nesses anos todos, mas de repente veio esse baque. Não é que a gente desleixou não, mas aconteceu essa fatalidade com ela. Não sei se foi na escola, por mim eu nem levava, mas ela queria muito, acho que estava cansada de ficar tanto tempo dentro de casa", relembrou a moradora de Guarujá-SP.

E concluiu seu desabafo com um conselho aos pais que assim como ela, ainda não podem garantir a vacina antiCovid aos filhos menores: "Eu peço para os pais tomarem cuidado com as crianças, os que pensam que [a doença] é fraquinha. Eu também pensava, os sintomas nem apareceram, e quando fui ver, já tinha tomado conta dela. Eu não demorei para correr com a minha filha para o hospital, fui na hora certa, e o médico falou isso. Só que foi tão traiçoeira, foi muito rápido. Fiquem em cima das vacinas. Se funcionou para nós, vai funcionar para as crianças também".

A luta de Ana Luísa contra a Covid

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A mãe diz que Ana Luísa não apresentou todos os sintomas clássicos de Covid-19 resfriado, e que ela estava com a boca inchada, apenas, mas por causa de um dente que estava mole e caiu. "Ela não queria comer, teve febre, levei ela no médico, na pediatria infantil do São João, e ele falou que era dengue. Fizemos todos os cuidados, repouso, mas até aí, crente que era dengue. Ela ficou com uma tosse muito estranha, levei ela no médico, que falou que poderia ser suspeita de Covid-19". 

De acordo com Valkíria, a filha ficou internada de 11 de novembro a 12 de dezembro, quando acabou vindo a óbito. "Quando tirou o raio-X, viram que os pulmões dela estavam muito congestionados. Ela foi andando normal, mas a saturação dela estava muito baixa, e colocaram a gente em isolamento. Fiquei com ela junto na Unidade de Terapia Intensiva [UTI] do Hospital Guilherme Álvaro, intubaram ela, tentaram de tudo, foi um mês de muita oração, muita fé, mas Deus recolheu ela", conta.

"Fiquei um mês com ela na UTI, não queria vir para casa, queria ficar lá, conversando muito com ela, falando que ia ficar bem. Depois de um tempo, ela intubou, aí tiraram, ela deu uma boa melhorada, depois o período de Covid-19 passou e veio uma infecção em decorrência da doença. Muito remédio forte, não sei se poderia ter ficado com sequela, o médico disse que poderia, foi muita medicação, saturação muito baixa, chegou a 11. Dentro desses altos e baixos, eu lá junto. Ela estava sofrendo muito, Deus quis recolher a minha pequena. Agora que estou assimilando, mas é tudo muito estranho para mim", recorda a mãe.

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Uma criança 'muito feliz' 

A mãe conta ainda como era Ana Luísa e relembra o amor da filha que completaria 9 anos em janeiro. "Não era aquela criança birrenta, tinha muito amor. Era 'mamãe, eu te amo' toda hora. Quando eu ia trabalhar, dava tchau até eu virar a esquina. Gostava muito de TikTok, de dançar, gostava muito de melancia. São detalhes que vou guardar para o resto da minha vida. Ela era muito feliz. Foi um anjo que passou por esses oito anos na minha vida, que eu jamais vou esquecer. Ela deixou uma planta de amor, um legado de amor e de pureza". 

"Amo muito a minha filha. Só quero que Deus conforte mais meu coração, [pois] não é fácil perder um filho. Nunca imaginei perder minha filha, principalmente para essa doença. Deus é misericordioso, pegou a minha filha e levou porque estava sofrendo muito naquela UTI, eu vi tudo, eram vários procedimentos, várias coisas que eu falava 'Deus, o que é isso?'. Vão ficar muitas lembranças boas e o coração cheio de amor porque ela passou muito amor para mim", concluiu.

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A Prefeitura de Guarujá informou que, a contar de março de 2020, quando foi decretada a pandemia de Covid-19, a Cidade registrou, além da morte de Ana Luísa, mais dois falecimentos de crianças menores de 12 anos.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) expediu autorização, no dia 16 de dezembro, para a aplicação da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Mas até o momento, o Governo Federal não definiu quando a campanha de imunização do público infantil terá início.

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