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Cotidiano
Elize ganhou as páginas dos jornais brasileiros em 2012, quando matou e esquartejou o marido, Marcos Matsunaga, diretor-executivo da Yoki
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Elize Matsunaga topou participar de documentário por conta da filha | /Reprodução/Netflix
A história de amor entre Elize Matsunaga e Marcos Matsunaga, cujo desfecho se deu nas páginas policiais e nos tribunais em 2012, está prestes a ganhar um novo capítulo. A partir do dia 8 de julho estreia a série documental “Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime”, na Netflix.
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Com direção de Eliza Capai, a produção, de quatro episódios com 50 minutos cada, revisita o passado de Elize, desde sua infância na cidade de Chopinzinho, no Paraná, até fatos que sucederam o crime, como o julgamento em 2016 e saídas temporárias, que foram acompanhadas pela equipe de filmagem.
Para a filha
Mais de nove anos após o assassinato e esquartejamento do marido, essa foi a primeira entrevista de Elize desde que tudo aconteceu. “Ainda não sei dizer que tipo de emoção fez eu apertar aquele gatilho”, revelou a mulher no documentário, que conta ainda com depoimentos de familiares, colegas dela e da vítima, além de especialistas que acompanharam as investigações.
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Mãe de uma menina, hoje com 10 anos, fruto de seu relacionamento com Marcos Matsunaga, Elize aceitou participar da produção por conta da filha, com quem não tem contato há oito anos e enfrenta um processo de destituição do poder familiar, movido pelos avós paternos da garota, que possuem a guarda da criança.
“O documentário tem um único objetivo para ela: contar a sua história para a filha, para que ela no futuro, quando a idade e a maturidade permitirem, faça seu juízo sobre tudo que aconteceu”, explica em entrevista à Gazeta o advogado de Elize, Luciano Santoro, da Fincatti Santoro Sociedade de Advogados.
Confira o trailer do documentário.
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Como tudo começou
Elize nasceu em 29 de novembro de 1981 e foi criada em Chopinzinho, município com pouco mais de 19 mil habitantes, no Paraná. Durante o seu julgamento, em 2016, uma tia contou que Elize foi abusada sexualmente pelo padrasto na adolescência, o que a fez fugir de casa.
A história com Marcos Matsunaga, por sua vez, começa no ano de 2004. Apesar de ser técnica em enfermagem, Elize trabalhava como prostituta e foi por meio de um anúncio em um site de prostituição, que o então diretor-executivo da Yoki conheceu a paranaense.
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Os dois mantiveram um caso em segredo por três anos, visto que Marcos era casado. Apaixonado, ele decidiu pedir o divórcio e em 2009 casou-se com Elize. Pouco tempo depois, o casal teve uma filha.
Segundo publicações da época do crime, o casal mantinha gostos exóticos, como a criação de uma jiboia em casa, a qual era alimentada por filhotes de porco e ratos vivos. Ainda conforme os jornais, o relacionamento também era cheio de idas e vindas, sendo que o executivo sempre jogava na cara da esposa sua antiga profissão e ameaçava deixá-la sem dinheiro e sem a guarda da criança.
O crime
As brigas e traições, inclusive, teriam sido a motivação inicial do assassinato, que ocorreu na noite de 19 de maio de 2012.
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Naquele dia, após voltar de uma viagem ao Paraná junto com a filha e a babá, o casal dispensou a colaboradora e iniciou uma briga porque Elize, após contratar um detetive, havia descoberto que o marido a estava traindo.
No meio da discussão, Marcos desce para pegar uma pizza e ao retornar ao apartamento é baleado na cabeça por Elize, com uma pistola 380 que ele mesmo havia dado de presente para a mulher.
Após cometer o crime, Elize esquartejou o corpo do marido em seis partes: cabeça, braços, tórax e pernas, colocou tudo em sacolas plásticas e dividiu em três malas. No dia seguinte, por volta das 11h30, segundo imagens da câmera do elevador do prédio, ela saiu com as malas e as deixou em uma rodovia em Cotia.
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Confissão e julgamento
Em 22 de maio, as malas foram encontradas, em 4 de junho, os restos mortais foram identificados como sendo de Marcos Matsunaga, então com 42 anos. Dois dias depois, Elize assumiu a autoria do crime.
Na época, Elize afirmou que o assassinato foi passional. Porém, em depoimento, a babá disse que a patroa havia comprado uma serra elétrica no mesmo dia do ocorrido. Outro ponto conturbado se deu sobre se a vítima havia sido esquartejada viva. A assassina garantiu que só começou o esquartejamento 10 horas depois de balear o marido, porém, segundo o médico legista do caso, a cabeça e o braço de Marcos foram decepados enquanto ele ainda respirava.
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O julgamento de Elize ocorreu em 2016 e durou sete dias. Ela foi condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, pena que foi reduzida para 16 anos e três meses, em 2019.
Dias atuais
Hoje, Elize cumpre pena no presídio de Tremembé-SP, onde já trabalhou na biblioteca da unidade e, atualmente, colabora na oficina de costura.
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Há alguns anos, ela está no regime semiaberto, quando é permitido trabalhar e/ou estudar fora da unidade prisional, por meio de autorização judicial, além de usufruir do benefício das saídas temporárias. No rol de visitas, consta o nome de uma tia, porém, a mulher, que mora em Tremembé, no Paraná, deixou de visitá-la, por conta dos riscos da pandemia de Covid-19.
Recentemente, Elize ganhou novamente as páginas dos jornais por um suposto caso com um homem trans, que também cumpre pena em Tremembé, acusado de tentar matar o avô a marteladas em 2020. Contudo, tanto a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), como Santoro, desmentem o envolvimento.
“Essa informação é mentirosa e leviana. Ao que fui informado pela Elize, esse rapaz é namorado de uma outra presa do regime semiaberto (elas dormem em um ambiente de 80 presas juntas), tal notícia poderia ter motivado uma briga dentro da unidade prisional”, diz o advogado.
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