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Cotidiano
Um dos maiores serial killers da história do Brasil pode ser solto em 2028, mesmo tendo sido condenado a 284 anos de prisão após matar 11 mulheres e estuprar outras nove
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Francisco de Assis Pereira foi condenado a 284 anos após matar 11 mulheres | João Wainer/Folhapress
Em 1998, o Parque Estadual Fontes do Ipiranga, entre São Paulo e Diadema, mais conhecido como Parque do Estado, foi o cenário de uma série de assassinatos, que chocou o Brasil. No local, o motoboy Francisco de Assis Pereira, que ficou conhecido como o ‘Maníaco do Parque’, abusou e assassinou 11 mulheres, além de estuprar outras nove.
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Quando o caso ganhou destaque na imprensa, mulheres que escaparam da morte procuraram a polícia e fizeram um retrato falado - Reprodução/acervo/Tv Globo
Pereira entrou no radar da polícia em julho de 1998, quando seis corpos foram encontrados no Parque do Estado e atrairam a atenção da imprensa. Com o caso nas manchetes dos jornais, algumas mulheres, que conseguiram escapar do criminoso, procuraram a polícia e fizeram um retrato falado
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Isso levou a investigação até uma empresa de motoboys, onde a carteira de identidade de uma das vítimas foi encontrada. A localização do documento fez Pereira fugir para o Rio Grande do Sul, mais precisamente para a cidade de Itaqui.
Um pescador local, contudo, reconheceu o motoboy, que foi preso e, posteriormente, condenado a 284 anos de prisão.
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As vítimas tinham menos de 24 anos e eram atraídas por meio de uma proposta de emprego - Reprodução
Então com 30 anos, Pereira costumava frequentar o Parque do Estado para patinar e foi nas imediações do parque, que ele encontrou a maioria das suas vítimas, todas com até 24 anos.
Descrito como um homem de ‘boa lábia’, ele se aproximava das mulheres, a maior parte de baixa renda, com uma promessa de emprego.
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Se identificando como caça talentos, ele as convidava para fazer um ensaio fotográfico aproveitando o ambiente ecológico. Porém, ao invés de fotografadas, elas eram humilhadas, abusadas e enforcadas com um cadarço.
Francisco de Assis Pereira nasceu em 1968, na cidade de Guaraci, município próximo a São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.
Na infância, foi molestado por uma tia materna e tinha o hábito de ir a um matadouro, próximo de sua casa, onde passava horas vendo os bois sendo mortos.
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Mais tarde, já adulto, durante uma relação sexual com uma colega de patinação, teve seu órgão mordido, o que lhe causava dores durante o ato sexual; característica que foi mencionada por uma de suas vítimas e ajudou a identificá-lo.
Entre as mulheres que não escaparam, muitas foram encontradas nuas, com mordidas pelo corpo, e de joelhos, como os bois que Pereira via sendo abatidos quando criança.
Quando foi preso, o depoimento de Pereira durou 72 horas. Ele admitiu ter matado as mulheres, mas dizia não ter cometido estupro.
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“Levava para matar. Era uma coisa que era para matar, não era para estuprar. Isso é um absurdo na minha vida”, disse em entrevista ao Fantástico, em novembro de 1998.
Já na prisão, o maníaco passou por alguns momentos curiosos. Um deles aconteceu em dezembro de 2000, quando ele chegou a ser dado como morto durante uma rebelião na Casa de Custódia de Taubaté.
Na ocasião, os presos se rebelaram e pediam melhores condições na prisão, apelidada de ‘campo de concentração’.
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Alguns detentos foram mortos, inclusive decapitados, mas a vida de Pereira foi poupada porque os líderes da rebelião, entre eles, Marcola, entenderam que se o motoboy fosse morto, a imprensa só destacaria sua morte e não divulgaria a reivindicação dos presos.
Francisco Pereira de Assis foi preso no Rio Grande do Sul, após ser reconhecido por um pescador - João Wainer/Folhapress
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Logo após a rebelião, Pereira foi transferido para a penitenciária de Itaí, onde ficou conhecido por receber milhares de cartas de mulheres, que se declaravam para ele.
Em 2002, ele se casou com uma dessas fãs, uma senhora de 60 anos, natural de Santa Catarina, que passou a visitá-lo semanalmente e pleitear visitas íntimas. Não há relatos de que o casal tenha conseguido.
Segundo Maria Helena, a mãe do Maníaco, o assassino tem''fãs'' que o ajudam com repasses de dinheiro e alimentos. Além disso, ele até hoje recebe dentro da prisão cartas de mulheres que se dizem apaixonadas.
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Algumas teriam até feito pedido para visitas íntimas, mas o juiz não teria concedido. Maria também relatou que não consegue visitar o filho há mais de 10 anos.
Essas informações foram retiradas da entrevista exclusiva da mãe dada ao jornal O Globo em 13 de agosto de 2024.
O Maníaco do Parque segue preso na Penitenciária Orlando Brando Filinto, de Iaras (SP), onde cumpre pena desde 22 de maio de 2009.
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Porém, ele poderá ser solto em 2028 porque na época de seu julgamento, um condenado não poderia passar mais de 30 anos preso.
Fontes: Aventuras na História e Super Interessante.
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