Memória: Copan, o edifício que surgiu como um presente para São Paulo

Em 1951, a Companhia- Pan-Americana de Hotéis e Turismo encomendou um projeto ao escritório do arquiteto Oscar Niemeyer. A ideia era dar um presente à cidade de São Paulo em seu quarto centenário, que seria comemorado em 1954.

Surgia, assim, o Copan (abreviatura do nome da Companhia). O projeto original previa um prédio residencial com 30 andares, um hotel com 600 apartamentos, além de uma marquise, que ligaria os dois empreendimentos, e teria garagem, cinema, teatro, entre outras áreas comerciais. A inspiração era o Rockfeller Center, de Nova York.

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Niemeyer, que idealizou o icônico formato em ‘S’ do edifício, acabou deixando a obra, após ela ser prejudicada por questões de investimentos e não poder ser concluída a tempo dos 400 anos da Capital. A construção só foi retomada em 1957,  depois que o Bradesco assumiu o financiamento do projeto, que foi executado pelo arquiteto Carlos Lemos.

A inauguração ocorreu em 1966 e o Copan passou a ser um símbolo da modernidade de São Paulo, atraindo, sobretudo ao bloco D – que possui apartamentos de três dormitórios -, moradores de alto poder aquisitivo.

A fama do prédio começou a mudar em meados dos anos 1970, quando o Centro de São Paulo entrou em declínio e o prédio, especialmente o bloco B, com quitinetes e conjugados, passou a registrar com frequência casos de brigas, batidas policiais e prostituição.

Para sanar o problema, em 1986, os moradores decidiram eles próprios administrar o edifício, exigindo uma seleção mais rigorosa de inquilinos por parte dos donos dos apartamentos.  A exigência deu certo e o prédio passou a atrair moradores da classe média na década seguinte.

Copan em números
Conhecido por ter a maior estrutura de concreto armado do Brasil, o Copan possui 115 metros de altura, 32 andares e 120 mil metros quadrados de área construída. O prédio é dividido em seis blocos, com um total de 1160 apartamentos, de diversos tipos.

Segundo o site do edifício, atualmente, o condomínio possui 2.038 moradores, que contam com 20 elevadores e 221 vagas de garagem.

O local possui ainda 72 espaços comerciais e um cinema, que é ocupado por uma igreja evangélica. Dentre os estabelecimentos que funcionam no Copan,  um dos destaques é o Bar da Dona Onça, inaugurado há 10 anos e comandado pela chef Janaína Rueda, que aposta em porções de boteco e pratos característicos da cozinha popular brasileira.