Memória: como surgiu o Parque Buenos Aires

Quem visita o bairro de Higienópolis, na região central de São Paulo, não deixa de notar o espaço verde de 22,2 mil m², que fica entre a Avenida Angélica e a Rua Bahia. Trata-se do Parque Buenos Aires, que surgiu no início do século passado.

Ainda que seja um parque, muitos frequentadores tratam o local como praça e a explicação está na origem do espaço. Em 1912, a Prefeitura da Capital desapropriou uma extensa área verde na região central para construir ali uma praça, inaugurada em 20 de maio de 1913 com o nome de Praça Higienópolis.

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Naquele mesmo ano, no mês de setembro, o lugar teve seu nome alterado para Praça Buenos Aires. Com projeto do urbanista e paisagista francês Joseph Antoine Bouvard, a praça foi idealizada com uma elevação central com mirante, telescópio e espelho d’água. A ideia era preservar a vista sobre a região.

Com o crescimento da cidade e o surgimento de diversos prédios na região, o mirante perdeu sentido e foi retirado na década de 1960. No lugar foi instalado um parque infantil e uma das esculturas mais famosas do parque, “Mãe”, do artista português Caetano Fraccarolli, que foi esculpida em um único bloco de mármore branco de 24 toneladas.

A escultura, contudo, não é a única a encantar os frequentadores. Outras obras podem ser encontradas por quem caminha pelo parque, como “O Tango”, idealizada por Roberto Vivas, feita em bronze e granito, que homenageia a cultura e a dança típica da Argentina; e a escultura em bronze “Emigrantes”, de Lasar Segall, entre outras.

Por conta do rico acervo,  em 1992, o espaço foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP). Alguns anos antes, porém, em 1987, o então prefeito Jânio Quadros transformou a praça em parque.

Hoje, o Parque Buenos Aires recebe milhares de visitantes semanalmente, dentre os quais muitas famílias com crianças, visto que possui um parque infantil preservado e com vários brinquedos acessíveis a crianças portadoras de deficiência, além de muitos tutores de cachorros, por conta de possuir um dos espaços para cães mais famosos da cidade.

Dentre os seus atrativos estão as dezenas de espécies de aves que podem ser avistadas no local e a vegetação de bosque heterogênea, com áreas ajardinadas, alamedas e gramados, onde já foram registradas 80 espécies, sendo algumas ameaçadas de extinção, como o palmito-jussara, o jequitibá-rosa, o pau-brasil e o pinheiro-do-paraná.