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Cotidiano

Memória: a história do bairro de Santa Cecília

O bairro de Santa Cecília surgiu em homenagem à Santa Cecília, a padroeira dos músicos

Gladys Magalhães

23/06/2022 às 17:03

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Sana Casa de Misericórdia, um dos marcos do bairro de Santa Cecília

Sana Casa de Misericórdia, um dos marcos do bairro de Santa Cecília | Rivaldo Gomes / Folhapress

O ano de 1860 marca o início da história do bairro de Santa Cecília, localizado na região central da cidade de São Paulo. Naquele ano, moradores da região pediram autorização à Prefeitura para construir um templo em homenagem à Santa Cecília, uma santa romana, que viveu no século III, e é conhecida como padroeira dos músicos.

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A Prefeitura deu a licença e uma capela de madeira foi erguida no atual Largo de Santa Cecília, sendo inaugurada em abril de 1861. Mais tarde, em 1895, a capela deu lugar à igreja de Santa Cecília, cuja última restauração se deu em 1988, por iniciativa do Padre Alfredo Nascimento Lima. Uma curiosidade sobre a igreja é que ela adquiriu o órgão e resguarda um dos sinos da antiga Igreja da Sé, que tocou nas festividades da Independência.

Com a construção da capela, a região passou a atrair mais moradores, e chácaras, fazendas e sítios foram loteados, sendo adquiridos, sobretudo por fazendeiros do interior, que construíam mansões no bairro para ter um local para ficar quando estivessem na Capital.

Igreja de Santa Cecília
Igreja de Santa Cecília (Divulgação)

A origem das ruas
De acordo com a Prefeitura, um dos lotes foi adquirido por Francisco Aguiar de Barros, filho do Marquês de Itu. Tal lote ficou conhecido como Chácara Palmeiras e após a morte de Francisco, sua viúva, Maria Angélica de Sousa Queiros de Barros, resolveu promover a abertura de ruas na propriedade, que mais tarde formariam o bairro de Santa Cecília. Maria Angélica, aliás, dá nome a uma das principais vias do bairro, a Avenida Angélica.

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Outro marco da região é a construção da Santa Casa de Misericórdia, que nasceu do Hospital Central de Santa Cecília, inaugurado em 1884. Até hoje, é um dos principais hospitais da Capital, abrigando até uma faculdade de medicina.

O bairro continuou crescendo e teve um boom de crescimento entre as décadas de 1930 e 1950, quando diversos edifícios e sobrados foram construídos e a região passou a atrair judeus, imigrantes italianos, portugueses e espanhóis. A história começou a mudar na década de 1970, quando surgiu o Minhocão.

Minhocão
Minhocão (Rovena Rosa/ AgênciaBrasil)

Minhocão             
Construído pelo então prefeito Paulo Maluf, na década de 1970, para fazer a ligação entre as regiões leste e oeste da cidade, o Minhocão é outro símbolo importante do bairro de Santa Cecília. Desde 2016, seu nome oficial é Elevado João Goulart, mas quando foi inaugurado era Elevado Costa e Silva.

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Com 3,4 quilômetros de extensão, o Minhocão é responsabilizado pela desvalorização de uma parte do bairro, visto que trouxe diversos problemas para quem mora ao seu redor, como poluição e barulho.

Após cinco anos de existência, sua demolição já era considerada, mas foi descartada por conta dos custos. Há alguns anos, o elevado fecha aos finais de semana e atrai artistas e esportistas. O Minhocão também protagoniza diversas discussões sobre o que fazer com o local: demolir, transformar em um parque ou deixar como está.

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