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Cotidiano
Profissionais pedem uma resposta para a reestruturação das equipes desfalcadas e um plano de reposição dos profissionais afastados, entre outros pleitos
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UBS da Vila Mariana, na zona sul de SP | Marcelo Pereira/Secom
Médicos da APS (Atenção Primária à Saúde), que atendem nas unidades básicas da cidade de São Paulo, decidiram entrar em greve na quarta-feira (19) e manter estado de mobilização permanente. A decisão foi tomada em assembleia na noite desta quinta-feira (13).
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Eles pedem à Prefeitura de São Paulo e à Secretaria Municipal de Saúde a realização de uma reunião com o sindicato da categoria profissional, uma resposta para a reestruturação das equipes desfalcadas e um plano de reposição dos profissionais afastados.
Na assembleia, decidiram dar um prazo até segunda-feira (17) para a resposta e prometem reavaliar a paralisação.
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Cento e cinquenta médicos participaram da assembleia. A lista de reivindicações inclui contratação imediata de mais equipes para o atendimento de síndromes gripais; desobrigação do comparecimento em fins de semana e feriados e diálogo entre sindicato e prefeitura.
Profissionais dizem que estão sendo convocados para trabalhar aos sábados sem pagamento adicional.
Os profissionais de saúde argumentam que as equipes estão exaustas, há jornadas intermináveis de trabalho, cobranças de metas, falta de insumos e unidades de saúde superlotadas.
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A situação se agravou nas últimas semanas com o avanço da variante ômicron e a epidemia de gripe influenza, que levaram ao afastamento de cerca de 1.600 funcionários da saúde municipal, um aumento de 111% em relação ao início de dezembro.
Na manhã de quarta (12), uma equipe do do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo) visitou a UBS (Unidade Básicas de Saúde) Santa Cecília, no centro da Capital. A unidade deveria ter oito médicos e estava operando com apenas três. Há relatos semelhantes de que faltam profissionais em outras UBSs da cidade.
Em carta aberta divulgada nesta quinta, os profissionais da saúde que atuam nas UBSs da capital paulista elencam as falhas das estratégias da Secretaria Municipal de Saúde e das Organizações Sociais de Saúde, que hoje gerenciam a atenção primária no município.
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"A escolha política da prefeitura de São Paulo frente ao surto de Influenza H3N2 é comunicar para a mídia, antes de comunicar a trabalhadores de saúde sobre temas importantes como datas de abertura das UBS em dias de feriado e fins de semana, datas de campanhas de vacinação etc.", diz a carta.
Segundo o Simesp, os médicos lidam há mais de dois anos com uma intensa sobrecarga e adoecimento físico e psíquico.
Outro lado
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Em resposta às demandas do sindicato dos médicos, o Sindhosfil (sindicato que representa as 14 organizações sociais de saúde que gerenciam a atenção primária no município) disse que os pleitos dos médicos são de competência da prefeitura e que não havia fontes financeiras para bancar as reivindicações.
A Secretaria Municipal da Saúde informou ao sindicato que autorizou o pagamento de horas extras aos profissionais que estão trabalhando aos sábados. E que as Organizações Sociais de Saúde já tiveram autorização para contratar médicos e equipes de enfermagem para atender ao aumento da demanda.
Quanto aos medicamentos em falta, a secretaria reconheceu o desabastecimento devido a problemas de importação de itens e ao cancelamento de compras já empenhadas, por causa da pandemia.
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Em nota à reportagem na noite de quarta (12), a secretaria diz que desde o início da vacinação contra Covid, em janeiro de 2021, a pasta autorizou a contratação pelos parceiros de equipes de enfermagem e administrativos para auxiliarem na vacinação.
"No atual momento, devido à variante ômicron, são muitos casos em um curto período de tempo, promovendo aumento nos atendimentos nas unidades e, por isso, a integração dos serviços em rede assistencial se fez necessário", explica.
Desde o último sábado, 8 de janeiro, as unidades passaram a abrir todos os sábados até a diminuição dos casos de sintomáticos respiratórios na capital.
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"Os parceiros iniciarão o cronograma de pagamento de horas extras a partir deste mês e, àqueles da administração direta, que iniciam a partir desta fase da pandemia o atendimento aos sábados, a SMS estará publicando portaria e pagamento de plantão extra."
Até esta sexta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde diz que, juntamente com os parceiros, vai fechar o montante de contratação para apoiar a porta de entrada dos equipamentos, inclusive, ampliando o quadro e horário de algumas unidades para as 22h ou, até mesmo, transformando unidades 12h em 24h.
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