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Cotidiano

Marcelo Messias: 'A maior dificuldade do paulistano é a mobilidade'

Vereador garante transformação na mobilidade da zona sul, explica tentativa de proibir o Pix e diz que quer tornar SP a 'capital mundial da saúde bucal'

Bruno Hoffmann

12/04/2022 às 15:36  atualizado em 12/04/2022 às 15:58

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Marcelo Messias

Marcelo Messias | Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

O vereador Marcelo Messias (MDB) cresceu em Veleiros e hoje vive em Interlagos,  bairros vizinhos da zona sul da Capital – ou “da ponte pra lá”, como cantam os Racionais MCs, em referência às regiões mais pobres e populosas da Capital. Essa é uma das razões para ele acreditar que o principal problema a ser enfrentado pela prefeitura e pela Câmara Municipal de São Paulo é a mobilidade. “Quem mora na periferia, igual a mim, sabe como é difícil chegar ao centro. A maior dificuldade hoje do paulistano é a mobilidade”, explica o parlamentar, em entrevista à Gazeta.

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Vereador em primeiro mandato, Messias é aliado do prefeito Ricardo Nunes desde 2012, com quem divide o grupo político, o partido, o catolicismo e o bairro onde vivem. Pela boa relação, consegue uma entrada mais fácil para emplacar as obras de mobilidade que considera importantes para a cidade, em especial para o lado sul da metrópole.

“O prefeito Ricardo Nunes saiu da periferia para a Prefeitura de São Paulo. Durante os oito anos que foi vereador, percebemos realmente a necessidade da nossa região e do resto da cidade”, conta.

Marcelo Messias

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Na entrevista, ele revela que há um projeto hidroviário que deve ser levado à frente por Nunes para transporte de passageiros entre o bairro Cantinho do Céu e a avenida Miguel Yunes. A navegação dos passageiros seria feita pela represa Billings.

Segundo ele, da estação hidroviária da avenida Miguel Yunes deverá haver um BRT até o centro da cidade, possibilidade que está em estudo pela gestão municipal.

Ele também diz que haverá a duplicação da ponte Jurubatuba. Além disso, revela, existem estudos para a criação de uma alça de acesso da avenida Sabará com a Interlagos, de um viaduto perto da universidade Ibirapuera para tirar o trânsito da avenida Cupecê, da duplicação da praça João Beiçola da Silva e de uma intervenção na avenida João Goulart com a rua Jequirituba.

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“Isso tudo vai melhorar a qualidade de vida das pessoas. [Fazer o cidadão] Chegar mais cedo em casa, sair mais tarde, e ficar um pouco mais com a família. O prefeito está bem atento com a questão da mobilidade”, garante o vereador.

Nunes, porém, vai ter trabalho para melhorar a visão da população sobre sua gestão. De acordo com pesquisa Datafolha, divulgada no último domingo (10), o prefeito é aprovado somente por 12% da população paulistana e reprovado por 30% após 11 meses no cargo. É o menor índice para o primeiro ano de trabalho desde se iniciou essa avaliação na Capital, em 1986.

Primeiro dentista na Câmara

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Filho de pai pernambucano e de mãe cearense que migraram para a zona sul de São Paulo na década de 1970, Messias começou a trabalhar aos 11 anos, vendendo pastel, mas tinha o sonho de se tornar dentista. Conseguiu entrar na faculdade e, com ajuda de bolsas de estudo, se formou no curso de odontologia.

Depois de atuar por algum tempo em consultório abriu o Instituto Instituto Dentistas da Rua (IDR), ação social que lhe deu visibilidade na região. Hoje, se tornou o primeiro dentista da história da Câmara Municipal e diz ter o sonho de “fazer de São Paulo a capital mundial da saúde bucal”, apesar de acesso a dentista ainda não ser algo tão simples na cidade.

Marcelo Messias

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“Assim que me tornei vereador, havia uma fila de 536 dias para se colocar uma prótese. Tivemos uma conversa com secretário Edson Aparecido [Saúde] e com o prefeito, e conseguimos focar a atenção básica para fazer prótese dentária. Nós estamos diminuindo essa fila”.

Ele revela que a intenção é zerar a fila de 536 dias para se colocar uma prótese até o fim deste ano. “A gente não entrega prótese, mas entrega sonho, entrega vida para as pessoas”, diz. Para isso, o vereador destaca seu projeto de ter pelo menos um dentista 24 horas nas Unidades de Pronto Atendimento da cidade.

Fim do Pix

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Messias admite que ainda está se acostumando a conversar com a imprensa. Algo que precisou fazer bastante após apresentar um projeto de lei para proibir o Pix na Capital, e que continua a tramitar na Câmara.
Ele explica a intenção com a proposta:

“Eu nunca fui contra o Pix, só sou a favor da vida. As pessoas estão se tornando vítimas de assaltantes, de quadrilhas. [Apresentar o projeto] Foi a única forma que achei de chamar a atenção dos bancos e tirá-los da zona de conforto, para poder melhorar o aplicativo, melhorar a forma de uso”.

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O vereador afirma também se preocupar com os riscos de pessoas com menos habilidade com transações bancárias acabarem fazendo Pix para pessoas erradas, e perderem o dinheiro. Questionado sobre como os bancos poderiam agir para minimizar os riscos, diz:

“Melhorar o processo, deixar mais seguro. Tenho certeza que os bancos têm expertise para fazer algo melhor. Porque fica viável para o banco hoje não ter responsabilidade nenhuma sobre a transferência”.

E completa:

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“Sou a favor de economizar as taxas, como o Pix faz, mas tem que pensar nas vidas. Porque tem muita gente voltando a ser sequestrada, e isso é uma coisa que não existia há muitos anos aqui na cidade, mas voltou a acontecer depois do Pix Isso me chamou a atenção”, se justifica.

Bolsonaro e Doria

Messias evita criticar ou elogiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a entrevista. Ao ser questionado sobre sua avaliação da gestão de Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19, ele responde: “Em relação ao Bolsonaro prefiro não falar porque a minha candidata é a Simone Tebet”.

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Já sobre o governador licenciado João Doria (PSDB) ele exalta o trabalho em favor das vacinas. “A vacina salvou vidas. Inclusive, hoje estamos sem máscara aqui no gabinete porque estamos todos vacinados. Doria fez um acerto muito grande quando bateu o pé para fazer a vacina no Brasil. Hoje, São Paulo é a capital mundial da vacina”.

O emedebista também revela apoio a Rodrigo Garcia (PSDB) na sucessão ao Governo de São Paulo. “Garcia é um grande político, trabalha bastante, e tem uma história pública. Ele está bem preparado para governar o estado de São Paulo”.

Corintianismo

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Além do prefeito Ricardo Nunes, com quem passou a atuar politicamente em 2012, Messias é aliado e defensor do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (DEM), também com base política na zona sul da cidade.

“Sou suspeito falar do presidente Milton Leite. Acompanho o trabalho dele há mais de 20 anos, e ele foi muito importante para nossa região, principalmente pelas pessoas que menos têm e que mais precisam. Ele foi um agregador para a nossa região”, exalta.

Marcelo Messias

Com Nunes e Milton, dois padrinhos políticos poderosos, a reportagem questiona se Messias tem ambições políticas maiores para as próximas eleições, como um cargo de deputado ou, quem sabe, ser prefeito. Ele garante que não: “Sempre sonhei em ser vereador”.

Católico, o gabinete de Messias é ornado por figuras religiosas, como Santo Expedito e Nossa Senhora. Há também símbolos relacionados ao Corinthians. Messias é corintiano fanático e costumava acompanhar os jogos dentro de torcidas organizadas. Esse é o único momento em que parece criticar o prefeito de São Paulo.

“Ele é palmeirense...”, lamenta, em tom de brincadeira.

Fotos: Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo
 

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