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Cotidiano

Mães acusam creche no Interior de dopar crianças

EM VOTUPORANGA. Exames feitos em bebê de 11 meses encontraram o medicamento Clonazepam no sangue e na urina

24/05/2019 às 01:00

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Além de Keli, 8 mães suspeitam que seus filhos tenham sido dopados no Cemei em Votuporanga

Além de Keli, 8 mães suspeitam que seus filhos tenham sido dopados no Cemei em Votuporanga | /REPRODUÇÃO/ESTADÃO

Com seis meses, Hector (nome fictício) começou a frequentar o Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Valter Peresi, em Votuporanga, no interior de São Paulo. Menos de um mês depois, foi entregue desacordado nos braços do pai. "Dos 6 aos 11 meses, foi um pesadelo. Meu filho passava mal. Ele ficava com a boca torta, olhar longe, vomitava muito e até desmaiava. Fazia exames e não dava nada", conta a mãe, a educadora infantil Keli Antoniolo, de 35 anos.

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O episódio mais grave ocorreu em 5 de outubro de 2018. A criança chegou bem ao Cemei, brincou e se alimentou normalmente. No meio da tarde, as educadoras perceberam que o corpo da criança estava mole. Depois, o bebê vomitou e ficou desacordado. Com dificuldade em descobrir qual era a doença, os médicos diagnosticaram virose. Depois de três dias, Hector teve alta e retornou para a escola.

Em 18 de outubro, apresentou os mesmos sintomas. "Desconfiei que estavam dopando meu filho", diz Keli. Ela fez boletim de ocorrência. O resultado saiu seis meses depois, detectando o medicamento Clonazepam no sangue e na urina da criança. O material biológico do menino foi coletado logo após a denúncia, mas há demora na conclusão do laudo por causa da necessidade de passar por mais de um órgão de análise antes de chegar a um resultado final. A Prefeitura de Votuporanga abriu sindicância no dia 3 de maio deste ano para apurar o caso. Reforçou ainda que os educadores são orientados a dar às crianças só remédios enviados pelos pais, com receita médica.

"Meu bebê estava sendo dopado na creche. Meu sentimento é de revolta e de angústia. De impotência, por não descobrir antes", disse a mãe. Em 22 de outubro, ela conseguiu transferir o filho para outra escola. "Desde que o meu bebê começou a passar mal, comecei a fazer tratamento para ter apoio psicológico".

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Além da Keli, oito mães suspeitam que seus filhos tenham sido dopados no Cemei. Todos, agora já estão matriculados em outras creches, apresentaram os mesmos sintomas. Não fizeram exame toxicológico, mas têm prontuário médico com quadro clínico semelhante. "Após a divulgação do laudo do filho da Keli, outras mães me procuraram. Esses relatos existem desde 2017. A Secretaria da Educação deveria ter comunicado às autoridades competentes imediatamente", disse o advogado das mulheres, Hery Kattwinkel.

PREFEITURA.

Em nota, a prefeitura de Votuporanga informa que abriu sindicância investigatória. Segundo a portaria no Diário Oficial do Município, a apuração é necessária por causa da "gravidade das denúncias". A comissão do município vai acompanhar também o inquérito policial. (EC)

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