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Cotidiano
Segundo mãe, escola da Grande SP havia sugerido que seu filho autista fosse transferido; caso ganhou repercussão após reportagem da Gazeta
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A mãe, Paula Kapritchkoff, com os filhos gêmeos; menino vai continuar na escola em Mogi das Cruzes | Arquivo pessoal
Uma médica de Mogi das Cruzes disse ter se acertado com a direção da escola e com a Secretaria de Educação da cidade da Grande São Paulo. Com isso, seu filho de 7 anos, com autismo grau 3, vai continuar na instituição de ensino e recebeu um plano de estudo individualizado.
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A mãe, Paula Kapritchkoff, se reuniu com a secretaria e com a direção da escola nesta semana após o caso chegar na imprensa.
“Foi boa a conversa. Eles se mostraram solícitos em promover mudanças. A diretora disse que foi uma falha de comunicação, que nunca foi a intenção [de pedir para o menino sair da escola]. Já eu acho que mudou porque o caso teve repercussão”, contou ela.
Ainda segundo Paula, ficou acordado que a criança vai passar a ter um plano de estudo individualizado, “bem específico para ele ter estratégias reais de inclusão na escola”, celebrou.
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A Gazeta revelou com exclusividade na segunda-feira (5/8) que a direção da Escola Municipal Benedita Estelita de Mello orientou a mãe transferir a criança para uma escola especial. A sugestão a revoltou.
O filho dela tem 7 anos e é autista de grau 3 – o considerado mais severo –, assim como o irmão gêmeo, que estuda em outro local. Na última sexta-feira (2), ela recebeu um telefonema da direção escolar “praticamente convidando” o menino a se retirar da escola, em suas palavras, para seguir o ensino em uma escola especial.
A alegação, segundo a endocrinologista, é a não adaptação da criança à escola regular, e o "sofrimento" dele na rotina da unidade.
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“Ele é um menino alegre, que gosta de ir para a escola. Só precisa que um plano de ensino seja adaptado para suas necessidades. Em nenhum momento foi feito um PEI [Plano de Ensino Individualizado], o que é o direito dele”, afirmou a mãe à reportagem da Gazeta.
Ela também disse que paga uma acompanhante para ficar com o menor na escola durante todo o período de aula. Mesmo assim, a unidade teria sugerido a transferência do menino.
“Na reunião, fiquei paralisada. Não conseguia nem falar para a coordenação da escola que aquilo que eles estavam fazendo era errado. Que eles estavam cometendo um crime, uma ilegalidade. Meu filho tem direito”, disse a médica.
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Em uma publicação feita no Instagram, a mãe criticou a gestão do prefeito Caio Cunha (Podemos). “A inclusão, para variar, é mais uma mentira da cidade @sejacaiocunha”, escreveu, marcando o atual gestor da cidade.
Em contato com a Gazeta, a direção da escola negou que tenha havido qualquer pressão para a criança sair da escola, e disse que marcou uma reunião com a mãe para esclarecer a questão nesta terça-feira (6/8).
Já a Secretaria Municipal de Educação entrou em contato e disse que a conversa com a mãe "aconteceu com o intuito de discutir a possibilidade de atendimento educacional especializado ao pequeno no equipamento recém-inaugurado em Mogi e que já é referência para outros municípios, a Escola Clínica Transtorno do Espectro Autista".
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Informou também que a mãe foi acolhida por representantes da Secretaria de Educação e da Coordenadoria de Cidadania e Inclusão Social e que haveria uma reunião para esclarecer a situação.
Leia a nota da Secretaria Municipal de Educação, na íntegra:
"A educação de Mogi das Cruzes tem investido e avançado no atendimento educacional especializado dos alunos com TEA. Por isso, a Secretaria de Educação, assim que soube da ocorrência pelas redes sociais, entrou em contato com a mãe e com a unidade escolar para apurar os fatos.
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Hoje (05), a mãe foi acolhida por representantes da Secretaria de Educação e da Coordenadoria de Cidadania e Inclusão Social e amanhã (06) estará na unidade escolar para esclarecimentos e diálogo com foco no desenvolvimento da criança. A conversa foi acompanhada também pelos profissionais que atendem o aluno.
Vale elucidar que a equipe escolar atua em prol da evolução das aprendizagens e da socialização do aluno e a conversa com a mãe aconteceu com o intuito de discutir a possibilidade de atendimento educacional especializado ao pequeno no equipamento recém-inaugurado em Mogi e que já é referência para outros municípios, a Escola Clínica Transtorno do Espectro Autista.
A educação especial personalizada da Escola Clínica TEA tem como objetivo o desenvolvimento da autonomia da criança e só é oferecida em comum acordo com a família. O estudante matriculado nessa modalidade é avaliado regularmente a fim de promover o retorno à sala de aula do ensino regular de forma a garantir o direito à educação inclusiva e ao desenvolvimento de outras habilidades.
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Ou seja, a intenção não foi retirar o aluno do convívio escolar, mas oferecer atendimento personalizado por um tempo determinado a fim de garantir o melhor desenvolvimento na escola em que está regularmente matriculado.
Vale destacar que a rede municipal de ensino tem trabalhado com dedicação nas ações de inclusão. As equipes equipes escolares têm passado por formação específica e houve o fortalecimento do setor de Educação Especial e Inclusiva, que, além da Escola Clínica TEA, tem também a Emesp Professora Jovita Franco Arouche e o Pró-Escolar, além das Salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE)".
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