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Cotidiano
Sem citar o governador Romeu Zema, ex-presidente evita tratar de alianças locais e mira Jair Bolsonaro
10/05/2022 às 09:43 atualizado em 10/05/2022 às 09:55
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Lula | Guilherme Gandolfi/Facebook
Em meio a negociações com o PSD por um palanque em Minas Gerais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de ato na noite desta segunda-feira (9) em Belo Horizonte sem a presença de seu possível aliado no estado, o ex-prefeito da capital Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato ao Palácio Tiradentes.
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O ato foi o primeiro depois do lançamento da pré-candidatura de Lula à Presidência da República, no sábado (7), em São Paulo. Lula fez um discurso inflamado, voltado para a militância e, por causa do impasse com o PSD, não se aprofundou no fechamento de alianças locais.
Lula também não fez menção ao governador do estado, Romeu Zema (Novo). No plano nacional, porém, voltou a atacar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
"Não estaremos enfrentando um adversário qualquer. Estaremos enfrentando um adversário que é antidemocracia, antiamor, antipaz, antidesenvolvimento, que representa a ignorância, o fascismo aqui no Brasil", disse.
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Lula chamou a vitória de Bolsonaro em 2018 de erro na história brasileira.
"Para a gente ganhar essas eleições temos que trabalhar, temos que visitar cada loja, cada porta de fábrica. Precisamos ficar onde estão as pessoas, porque nosso adversário é o rei da mentira. Não podemos ficar esperando a televisão", pediu.
Assim como fez em São Paulo, o petista falou sobre a importância das mulheres. "Vocês já são maioria em número no país. Agora é preciso transformar em maioria em decisão", disse.
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O ato em Belo Horizonte não contou com a presença do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato ao Governo de Minas Gerais e que mantém negociações com o PT para fechamento de aliança no estado para as eleições 2022.
Kalil afirmou ter sido convidado para o ato de hoje do PT em Belo Horizonte, mas disse que não iria por se tratar de um evento partidário, segundo sua assessoria de imprensa.
Ao contrário do anúncio da pré-candidatura no sábado, em São Paulo, o ato em Belo Horizonte teve mais cara de campanha. Lula não leu discurso e falou de improviso.
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A estrutura do palco também foi diferente, com passarela "Rolling Stones", que sai do palco e avança em direção ao público.
Com a ajuda da passarela, Lula usou o modelo de apresentação que parece mais lhe agradar, de falar e andar ao mesmo tempo. Assim que chegou ao palco foi para a passarela cumprimentar os militantes. Também usou a estrutura ao longo do discurso.
Ao fundo do palco, assim como em São Paulo, a foto do Lula com seu pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), em meio a dois telões.
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A vinda a Minas Gerais é a primeira de uma série de viagens que o ex-presidente vai fazer pelo Brasil depois do lançamento oficial de sua pré-campanha ao Palácio do Planalto.
Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país, atrás exatamente de São Paulo. O ex-presidente estará nesta terça-feira (10) em Contagem, na região metropolitana da capital, e, quarta-feira, em Juiz de Fora, na Zona da Mata. As duas cidades têm governos petistas.
O auditório escolhido para o ato, o centro de exposições Expominas, ficou lotado. Pelo menos dez ônibus com militantes do interior estavam estacionados nas imediações do centro de exposições.
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A grande maioria vestia vermelho. Antes do início do ato, a abertura de uma faixa com o rosto do educador Paulo Freire foi intensamente aplaudida pelo público. A apresentação do ato ficou por conta de uma cantora e um cantor mineiros, Aline Calixto e Flávio Renegado.
IMPASSE
Lula desembarcou em Minas ainda sem ter um palanque local. O ex-presidente e o pré-candidato do PSD, Alexandre Kalil, passaram os últimos meses trocando telefonemas e realizaram pelo menos um encontro, em São Paulo, em busca de um acordo.
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Kalil já deixou claro que pretende ter Lula em seu palanque. Pelo lado do PT, no entanto, um movimento identificado no estado, que ganhou o nome de Lulema, mostra um voto casado no atual governador, Romeu Zema (Novo), principal rival de Kalil na disputa, e em Lula.
Esse cenário, percebido em levantamentos internos tanto pelo Novo como pelo PT, pode estar contribuindo para que Lula, pelo menos por enquanto, não feche palanque com Kalil.
A possível aliança entre o PT e o PSD em Minas tem ainda um outro problema. A disputa pela vaga de candidato ao Senado.
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No partido do ex-presidente Lula, o deputado federal Reginaldo Lopes quer o posto. No de Kalil, o senador Alexandre Silveira pressiona para ser o candidato. Dois banners com foto de Lula com Lopes foram colocados no local do ato. Reginaldo Lopes participou do ato no Expominas.
No único momento em que falou sobre possíveis acordos no estado, Lula afirmou que "vamos ter que fechar algumas alianças em Minas", disse, sem dizer a que se referia.
Logo que chegou a Belo Horizonte, pela manhã, Lula se reuniu com prefeitos e deputados do PT em um hotel da zona sul da capital. Integrantes de partidos que apoiam o ex-presidente na disputa pelo governo federal também compareceram.
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"Queremos ampliar nosso leque de alianças ao máximo, por entender que nós não temos agora uma disputa eleitoral como as outras. A disputa agora é entre quem defende a democracia e quem defende sistemas totalitários de poder", afirmou o prefeito de Teófilo Otoni, Daniel Sucupira (PT), que participou do encontro.
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