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Cotidiano
Em entrevista ao portal UOL nesta quarta-feira, o ex-presidente afirmou que não acredita na possibilidade de uma ruptura democrática no país
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Lula (PT) | José Cruz/Agência Brasil
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que as falas golpistas do presidente Jair Bolsonaro (PL) não têm apoio das Forças Armadas do Brasil e que não acredita na possibilidade de uma ruptura democrática no país.
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"Acho que ele [Bolsonaro] vai tentar fazer tudo que quer fazer e temos que ter em conta que os militares são mais responsáveis que o Bolsonaro. Convivi com eles e posso dizer que não tenho queixas do comportamento das Forças Armadas. Mantive oito anos de convivência da forma mais digna possível, não criaram problemas, ajudaram no que era possível ajudar", afirmou Lula.
O petista concedeu entrevista ao portal UOL nesta quarta-feira (27).
"As Forças Armadas não criam causo. Tenho certeza que as bobagens que o Bolsonaro fala não têm apoio do alto comando e dos militares da ativa. Não acredito em golpe, não acredito que as Forças Armadas aceitem isso e que a sociedade brasileira permita. Se ele começar a brincar com a democracia ele vai pagar um preço muito caro", continuou.
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O ex-presidente disse ainda que Bolsonaro, se tivesse inteligência ou bom senso, faria uma grande festa cívica pelos 200 anos de Independência do Brasil. "Ele quer transformar os 200 anos em um ato dele, quer fazer motociata, que brincar com a data mais nobre que temos nesse país e é lamentável que seja assim", afirmou.
Lula disse ser favorável a um civil no comando Ministério da Defesa, como fez em suas gestões. "Não será um militar, será alguém da sociedade civil", disse, para caso seja eleito em outubro. Sob Bolsonaro, militares do Exército têm sido escalados para o cargo.
O ex-presidente disse ainda que urna eletrônica não é uma questão para os militares. "Urnas são questão do Congresso, dos partidos, da Justiça Eleitoral e da sociedade civil."
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Questionado sobre o atual papel do STF (Supremo Tribunal Federal), Lula disse os políticos "ajudaram a politizar o Judiciário", com uma série de ações no tribunal. E cobrou a volta da "normalidade", como já havia dito em outras entrevistas.
Lula voltou a criticar o domínio pelo Congresso de boa parte do Orçamento, em especial por meio das chamadas emendas de relator. "O presidente não tem força com o Congresso, é uma marionete", disse sobre Bolsonaro.
O petista disse que, se ganhar as eleições, promete conversar com todos os partidos em busca de uma espécie de pacto para governar o país, com parceria, para atacar a fome e o desemprego do país. "Não quero ser o dono da verdade, quero ser o maestro de uma orquestra."
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Sobre Arthur Lira, atual presidente da Câmara, Lula brincou sobre já dizerem que ele será reeleito para o comando da Casa em fevereiro de 2023. O petista disse que ainda é cedo para tratar disso e que buscará eleger uma ampla bancada do PT e de esquerda.
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