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Cotidiano

Lula diz que eleições não serão fáceis e que militância 'não pode descansar'

Ex-presidente também disse que sua chapa, com o ex-governador Geraldo Alckmin, tem muita experiência para oferecer ao país

Maria Eduarda Guimarães

05/08/2022 às 16:11  atualizado em 05/08/2022 às 16:27

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Lula (PT)

Lula (PT) | José Cruz/Agência Brasil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (5) que as eleições de outubro não serão fáceis, rejeitou o clima de "já ganhou" e disse que a militância não pode descansar.

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"Sei que não é uma eleição fácil, que já está ganha. E se vocês quiserem realmente mudar esse país, nós temos 59 dias durante os quais a gente não pode descansar nem um dia. É preciso desfazer a fábrica de mentiras montada por eles por meio do WhatsApp, das fake news", afirmou Lula.

O petista também disse que sua chapa, com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), tem muita experiência para oferecer ao país. "Não falta ao presidente e ao vice experiência para tentar tirar esse país do lamaçal em que ele se encontra e colocar esse país outra vez no berço da democracia."

Lula participou de ato em defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), em São Paulo, nesta sexta-feira (5), data em que é celebrado o Dia Nacional da Saúde. Ele leu o seu discurso, fazendo intervenções pontuais fora do roteiro.

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Nele, Lula voltou a afirmar que não terá teto de gastos em um eventual governo e disse que educação e saúde não poderão ser considerados gastos.

"Teto de gastos não foi criado para não pagar banqueiro, não pagar os ricos. Foi criado para que se evitasse dar aumento na saúde, na educação, no transporte público. Não é nenhuma bravata, não sou de rasgar nota de R$ 10 e de dizer coisas em que eu não acredito. Não terá teto de gastos em lei no nosso país."

O petista também teceu série de críticas pela condução do governo Jair Bolsonaro (PL) na pandemia da Covid-19. Ele disse que Bolsonaro "espalhou na cabeça de muita gente uma visão negacionista, anticientífica e antivacina", e que isso gerou um "estrago incalculável".

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O ex-presidente também afirmou que é preciso reconstruir o pacto nacional pela saúde pública de qualidade que foi "quebrado pelo golpe de 2016" e transformado por Bolsonaro "num verdadeiro caos, irrigado pelo dinheiro do orçamento secreto, fonte do maior esquema de corrupção da história desse país".

Lula disse ainda que a fome no país é um problema do governo. "Fome não é falta de produção, é falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse país."

No discurso, Lula também criticou a condução de agências reguladoras e afirmou que "decisões de políticas públicas são do governo" e que agências "só têm que regular".

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"Vale para o que está acontecendo com a Anvisa agora. Estamos vendo. As pessoas não querem fazer efetivamente o que o Estado precisa. Muitas vezes é decisão pessoal de grupos com interesses econômicos. E isso nós vamos primar, porque a saúde vai ser pública de verdade", disse.

Em sua fala, o ex-presidente resgatou propostas implementadas nos governos petistas na área da saúde e lamentou o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

"Lembro quando a direita nesse país resolveu no final de 2006 acabar a CPMF e tirar da saúde praticamente R$ 40 bilhões. Eu tinha assumido o compromisso que se aprovada a CPMF, todo o dinheiro seria destinado ao SUS", disse.

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"Mesmo assim, na perspectiva de me prejudicar, eles resolveram tirar e durante aquele ano não tivemos mais a CPMF no SUS."

O petista também afirmou que em uma eventual gestão irá "recuperar e ampliar" o programa Mais Médicos, além de reconstruir o Farmácia Popular e fortalecer o Samu.

Também participaram do evento o ex-ministro Aloizio Mercadante, coordenador do plano de governo da chapa Lula-Alckmin, os deputados Alexandre Padilha (PT-SP) e Jandira Feghali (PC do B-RJ) e os senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Humberto Costa (PT-PE).

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