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Lula diz a empresários que não guarda rancor da prisão e que gestão terá previsibilidade

Em discursos públicos e conversas privadas com empresários, de acordo com aliados, o petista também busca dizer que não tem ódio, raiva ou rancor de ninguém após ter deixado a prisão, onde ficou por 580 dias

25/08/2022 às 11:31  atualizado em 25/08/2022 às 12:13

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O petista sempre repete em seus discursos que educação não representa gasto e, sim, investimento

O petista sempre repete em seus discursos que educação não representa gasto e, sim, investimento | Joe Silva/Gazeta de S. Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem buscado em reuniões com empresários passar mensagem oposta à que Jair Bolsonaro (PL) tenta colar nele. Segundo pessoas presentes em mais de um encontro com empresários e o ex-presidente, Lula costuma dizer que, caso eleito, conduzirá um governo que terá previsibilidade e credibilidade e que isso abrirá caminho para o país receber investimentos. Afirma ainda que fará uma gestão participativa e que ouvirá diversos segmentos na tomada de decisões.

Em discursos públicos e conversas privadas com empresários, de acordo com aliados, o petista também busca dizer que não tem ódio, raiva ou rancor de ninguém após ter deixado a prisão, onde ficou por 580 dias.

Na terça-feira (23), o petista de reuniu com representantes do setor de construções, o que é considerado por integrantes da campanha uma das principais agendas do petista. Isso porque obras serão consideradas peças-chave para impulsionar a economia de seu eventual governo.

"Todas as conquistas que o Aloizio Mercadante (ex-ministro da Casa Civil) citou na construção civil não foi uma obra do meu governo, foi uma construção que nós fizemos junto com empresários", frisou Lula, logo no início de sua fala.

"[A construção ocorreu] Seja no conselho de desenvolvimento econômico e social, seja em reuniões com vários setores da construção civil, em que discutíamos o aprimoramento das coisas que precisávamos fazer para a construção civil retomar o desenvolvimento", afirmou Lula.

Estavam no encontro José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC); Yorki Estefan, vice-presidente do Sinduscon-SP; Romeu Chap, ex-presidente do Secovi-SP, e José Romeu Ferraz Neto, presidente da Fiabci -Brasil (Federação Internacional Imobiliária).

Na ocasião, Lula fez questão de exaltar a figura do candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). Lembrou da experiência dele e disse que isso mostra que divergências não atrapalham o diálogo e não impediram o respeito ao pacto federativo quando o petista era presidente e quando Alckmin foi governador de São Paulo.

Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, em conversas paralelas com os empresários que estavam no local, o petista disse que o ex-governador de São Paulo não será um vice decorativo e que participará de todas as reuniões do conselho político.

A entrada e a melhor recepção do ex-tucano em setores do empresariado é usada como um trunfo pelo PT, que destacou o vice para dialogar também com esses setores.

Durante encontros com empresários, o ex-presidente quis passar a mensagem que revogar o teto de gastos não significa que haverá custos desenfreados no governo. O petista sempre repete em seus discursos que educação não representa gasto e, sim, investimento.

"Eu não tenho medo de dívida do governo. A dívida é ruim quando ela é feita para você ficar pagando custeio. Mas uma dívida feita para construir um ativo novo, dar recebidos para o país, é muito importante", afirmou Lula na terça, no encontro com empresários.

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