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Cotidiano

Lula articula reunião com embaixadores do Brics para próxima semana

Bloco é formado por Rússia, Índia, China e África do Sul, além do Brasil

Maria Eduarda Guimarães

21/07/2022 às 11:51  atualizado em 21/07/2022 às 11:59

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Lula

Lula | Fernando Frazão/Agência Brasil

Primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para o Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara para a próxima semana um encontro com embaixadores dos países que compõem o Brics, bloco formado por Rússia, Índia, China e África do Sul, além do Brasil.

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A agenda foi marcada antes da reunião do presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores, na segunda, quando propagou mentiras e colocou em xeque a confiabilidade das urnas eletrônicas. A expectativa é que Lula, depois, também se encontre com diplomatas de outros países, em grupo ou individualmente.

A revelação de que ele deve se reunir com embaixadores foi feita pelo próprio ex-presidente numa reunião com integrantes do MDB. De acordo com parlamentares presentes, Lula divulgou a informação após criticar Bolsonaro em razão do evento com os chefes de missões estrangeiras no Palácio da Alvorada.

Segundo relatos, o petista disse na ocasião que o presidente fez uma reunião que simboliza a disposição do chefe do Executivo para questionar o resultado do pleito de outubro caso seja derrotado. Aos emedebistas, Lula comentou ainda que, se houvesse fraude nas urnas, ele nunca teria sido eleito.

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De acordo com integrantes de sua campanha, Lula tem sido procurado por diplomatas de outros países, isoladamente ou em conjunto. A perspectiva de aliados é que o debate sobre a eleição e a confiabilidade das urnas permeie os encontros, ainda que não deva ser o assunto principal.

Para petistas próximos a Lula, essa reunião também servirá para discutir temas como clima, fome, desigualdade e paz no mundo. Assim, o encontro, na avaliação de aliados, deve repetir o roteiro de uma série de viagens internacionais que o ex-presidente fez em 2021 – ele viajou à Alemanha e à França.

Em Paris, Lula foi recebido com honrarias para discutir "temas globais fundamentais", segundo o governo francês. Já neste ano, o petista se encontrou em São Paulo com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o que levou Bolsonaro a desmarcar a reunião que teria com o líder europeu.

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As reuniões de Lula devem ocorrer em meio às repercussões do encontro de Bolsonaro com diplomatas estrangeiros. Na segunda, no Palácio da Alvorada, o líder brasileiro reciclou mentiras e fez ataques aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

Não foi divulgada uma lista de participantes. No total, cerca de 60 representantes de missões diplomáticas estiveram no Alvorada. Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, embaixadores presentes no encontro avaliaram que Bolsonaro adotou uma tática semelhante à de Donald Trump nos Estados Unidos: preparar o caminho para questionar o resultado das eleições.

Derrotado por Joe Biden, o republicano insuflou teorias conspiratórias segundo as quais o pleito foi fraudado e foi peça central no episódio que resultou na invasão do Congresso americano, o 6 de Janeiro.

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De acordo com os diplomatas ouvidos, as declarações de Bolsonaro não devem mudar a opinião das missões sediadas em Brasília, uma vez que o conteúdo apresentado no Alvorada pouco divergiu de ataques anteriores contra o TSE. Para os embaixadores, o presidente, com o evento, tentou desviar o foco de problemas que afetam seu governo, como a inflação e o preço dos combustíveis.

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