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Cotidiano
Presidente eleito definiu a eleição deste ano como uma das mais importantes da história do Brasil
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Lula, durante pronunciamento após ser eleito presidente do Brasil | Reprodução/Youtube
No primeiro discurso após ser eleito presidente pela terceira vez, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agradeceu a todos os que votaram neste domingo (30) e prometeu encontrar uma saída para o país voltar a ter paz e viver democraticamente. O líder petista falou em diálogo com o Congresso e o Judiciário.
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Lula pediu respeito à Constituição e disse ser a hora de baixar as armas, que a bandeira verde e amarela não tem dono e que precisará de todos da política, da imprensa e da sociedade para governar o país. O petista disse que todos terão de encontrar uma saída para que o país volte a viver harmonicamente.
Em sua fala lida, o líder petista definiu a eleição deste ano como uma das mais importantes da história e afirmou que um grande movimento foi formado acima dos partidos políticos e dos interesses pessoais em prol da democracia.
"A eleição colocou frente à frente dois projetos opostos e que hoje têm um único e grande vencedor: o povo brasileiro. Esta não é uma vitória minha, nem do PT, nem dos partidos que me apoiaram nesta campanha. É a vitória de um imenso movimento democrático", disse Lula, que pouco antes havia agradecido a senadora Simone Tebet (MDB-MS), aplaudida pelos presentes.
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Ele afirmou que será preciso retomar o diálogo com o Legislativo e Judiciário sem tentativas de "exorbitar, intervir, controlar ou cooptar, mas buscando reconstruir a convivência harmoniosa e republicana entre os três poderes".
Lula afirmou também que pretende retomar o diálogo com os governadores e prefeitos, para que sejam definidas em conjunto as obras prioritárias para a população.
O petista não citou nominalmente o adversário, Jair Bolsonaro (PL), mas afirmou que enfrentou durante a campanha não um candidato, mas "a máquina do Estado brasileiro".
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"Tentaram me enterrar vivo e eu estou aqui para governar este país em uma situação muito difícil", disse.
O presidente eleito falou em avanços sociais e na economia. "A volta da economia vai voltar a girar, com geração de empregos, valorização dos salários e renegociação das dívidas das famílias".
O petista falou em geração de renda, em especial com os pobres fazendo parte do Orçamento e destacou como prioridade o combate à fome e o programa de inclusão e de moradias populares.
Lula falou também em igualdade salarial de gênero e no combate à violência contra as mulheres e disse enfrentar o preconceito, o racismo e a discriminação. "Vou governar para todos os brasileiros, e não somente àqueles que votaram em mim."
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Ele reiterou promessas que fez durante a campanha, entre as quais incentivos aos micros e pequenos empreendedores, apoio aos pequenos e médios produtores rurais e a retomada do programa habitacional Minha Casa Minha Vida.
Lula afirmou que não interessa a ninguém viver em um país dividido. "O verde amarelo não pertence a ninguém, e sim ao povo brasileiro".
O petista discursou ao lado de aliados. Estiveram no hotel os deputados André Janones (Avante-MG) e José Guimarães (PT-CE), os senadores Fabiano Contarato (PT-ES), Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), a presidente nacional do PC do B, Luciana Santos, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, o ex-secretário de Educação Gabriel Chalita, entre outros.
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Mais cedo, ao votar em São Bernardo do Campo, o petista afirmou que hoje é o dia "mais importante" de sua vida e enalteceu a democracia.
"Acho que é um dia muito importante para o povo brasileiro, porque hoje o povo está definindo o modelo de Brasil que ele deseja. O povo está definindo hoje um modelo de vida que ele quer."
"Por isso é o dia mais importante da minha vida, porque eu me coloquei candidato nesse dia e estou convencido que o povo brasileiro vai votar num projeto que a democracia seja vencedora", afirmou o petista à imprensa depois de votar.
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De camisa branca e acompanhado de aliados, Lula disse que, sob o atual governo, o país andou para trás.
"Esse país já tinha quase chegado lá e, lamentavelmente, ele andou para trás. E nós precisamos fazer ele andar para frente outra vez, mas andar para frente não apenas uma parte da sociedade, mas toda a sociedade junto", continuou o petista.
A vitória na corrida à Presidência simbolizou o ápice da reviravolta na carreira política de Lula, que teve a prisão decretada pelo então juiz Sergio Moro em abril de 2018 e ficou 580 dias na cadeia.
O ex-presidente foi solto em novembro de 2019, um dia depois de o Supremo Tribunal Federal decidir que a execução da pena só deveria acontecer com o trânsito em julgado da sentença.
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Em março de 2021, Lula recuperou os direitos políticos diante da decisão do ministro do STF Edson Fachin de anular suas condenações na Lava Jato, ao considerar a Justiça Federal do Paraná incompetente para julgá-lo.
Foi então que o ex-presidente começou a costurar alianças políticas, ainda que algumas antes consideradas improváveis. A começar pelo vice: Geraldo Alckmin se filiou ao PSB depois de 33 anos no PSDB, partido que ajudou a fundar.
A campanha petista ainda angariou a coligação mais robusta da disputa, com dez partidos e o maior espaço na propaganda eleitoral na TV e rádio.
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A ressurreição de Lula numa campanha eleitoral veio com apontamentos a casos de corrupção durante os governos petistas e cobranças de novas medidas para evitá-los. O petista também foi criticado por não deixar claros seus planos no campo da economia e por não antecipar ministeriáveis.
Por outro lado, o ex-presidente partiu para o ataque em temas como a gestão do atual governo na pandemia e o aumento da pobreza no Brasil.
Não à toa Lula fez do programa social uma de suas principais bandeiras do segundo turno. O ex-presidente disse que, se eleito, vai manter o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 e prometeu às famílias um adicional de R$ 150 para cada um dos filhos de até seis anos.
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O petista também se comprometeu a retirar o Brasil do mapa da fome e a reajustar o salário mínimo acima da inflação todos os anos.
Em relação à política externa, Lula criticou o isolamento do Brasil no cenário internacional. Antes da votação deste domingo, disse que, se fosse eleito, iria viajar para restabelecer relações antes mesmo de ocupar o Palácio da Alvorada, em janeiro.
No segundo turno, obteve o apoio dos ex-presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), ainda que de forma discreta, e Simone Tebet (MDB), esta que passou a atuar ativamente em prol da eleição de Lula.
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Também declaram voto no petista antigos adversários, entre os quais o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e José Serra (PSDB), ex-governador de São Paulo, além de economistas de peso como Armínio Fraga, Pedro Malan e Henrique Meirelles.
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