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Cotidiano
Ex-presidente evitou detalhar a polêmica que trouxe mais desgaste à campanha ao fazer comentários sobre a guerra na Ucrânia
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Lula estampa capa da Revista 'Time' | Reprodução
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou que seus adversários políticos tiveram inveja por ele ter sido entrevistado e estampado a capa da revista Time divulgada nesta quarta (4), mas evitou detalhar a polêmica que trouxe mais desgaste à campanha ao fazer comentários sobre a guerra na Ucrânia.
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Na entrevista à publicação, Lula disse que o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, era tão responsável quanto o russo Vladimir Putin pela guerra no país.
Ao reclamar de problemas em sua garganta, Lula afirmou que não falaria palavrão porque o presidente Jair Bolsonaro (PL) "botaria isso na fake news dele".
O petista disse ainda que "eles têm raiva" dele porque o ex-presidente tem diversos títulos honoris causa concedidos por universidades e, mais recentemente, por ter aparecido na revista americana.
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"Nessa semana, eu matei outra metade de inveja porque saí na capa da revista Time, gente. Eu saí porque eles sabem que quem vai mudar esse país é vocês, porque se a gente ganhar as eleições nossas políticas públicas serão feitas nas conferências nacionais."
O petista deu uma aula magna no teatro de arena da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) na noite desta quinta (5), um dia após a publicação de entrevista na revista.
Na entrevista, que acabou gerando mais um desgaste em sua pré-campanha, Lula também afirmou que os EUA e a União Europeia estimularam o conflito e fez duras críticas à ONU, que, segundo ele, "não representa mais nada" e "não é levada a sério pelos governantes".
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O petista tem colecionado falas polêmicas em discursos recentes. No dia 1º de maio, o ex-presidente se desculpou por dizer que Bolsonaro só gosta de polícia, não gosta de gente. Lula também afirmou que o mundo "está chato para cacete" e pesado porque todas as piadas viraram politicamente erradas.
Lula também tem protagonizado um vaivém em suas declarações. Dois exemplos mais recentes foram as declarações sobre o aborto e a reforma trabalhista.
Na aula na Unicamp, no entanto, o ex-presidente não entrou em detalhes do conflito na Ucrânia. Ele afirmou que o Brasil quer ter uma "boa política com os Estados Unidos, manter uma relação civilizada e respeitosa, mas que a gente quer ser respeitado".
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"Não queremos que eles façam como fizeram com a Dilma de espionagem no governo brasileiro. Não queremos que nos tratem como cidadãos de segunda classe", disse Lula.
Ainda em seu discurso, o petista afirmou que é preciso reestabelecer relações com países da América do Sul e do continente africano e que, caso eleito, irá "recriar o Brics".
"Nós criamos o Brics, era um bloco poderoso com mais da metade da população mundial. Avançou até onde podia ir, quando a Dilma estava no governo, foi criado o banco dos Brics. Mas agora com Bolsonaro, com a guerra da Rússia e da Ucrânia, o Brics tá um pouco fragilizado. E o Brics é a possibilidade da gente mudar a ordem econômica mundial. Se preparem, se voltarmos, vamos recriar o Brics".
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Em seu discurso de quase uma hora, Lula acenou a pautas do campo progressista. Ele defendeu programas como o Fiesp e o Prouni, disse que em um eventual governo irá criar um ministério da igualdade racial e outro a indígenas, atacou a elite brasileira, afirmou que tem um "compromisso de fé" para resolver a fome e o desemprego no país e voltou a criticar o teto de gastos.
"Educação não é gasto, é investimento. Esta proibido, daqui para a frente, qualquer pessoa do governo falar em gasto ao tratar de educação."
Lula estava acompanhado do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), do ex-ministro Aloizio Mercadante, do líder sem-teto Guilherme Boulos (PSOL) e da socióloga Rosângela da Silva, sua noiva, além de deputados e vereadores petistas.
Lula cumpriu agendas nas regiões de Sumaré e Campinas ao longo desta quinta (5).
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Pela manhã, o petista visitou o bairro de moradias populares Vila Soma, em Sumaré. Líder das pesquisas eleitorais, Lula criticou a presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que ele só "atende os filhos deles e os milicianos que cercam ele".
Discursando sobre um caminhão de som, o ex-presidente disse ainda que Bolsonaro coloca medo nas pessoas e que sua campanha será "suja, com muita mentira e agressividade".
"Queria dizer para esse cidadão que vamos fazer campanha limpa, não será agressiva, não terá fake news. O que vai acontecer nesse país é que vamos ser agressivos de votar no 13 no dia 2 de outubro para que a gente possa tirar ele e colocar alguém mais democrático para governar esse país", continuou.
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Lula também afir mou que é importante o estado de São Paulo eleger Haddad para governador. "Quero falar para vocês da necessidade que São Paulo tem de experimentar o PT governando esse estado. Por isso é importante eleger o Haddad governador do estado."
Antes de discursar, o petista visitou casa de moradores e conversou com lideranças locais. Lula já esteve no bairro outras duas vezes em 2016 e recebeu uma comissão de moradores em São Paulo em 2018. Cerca de 10 mil pessoas vivem no local.
No próximo sábado (7), o PT organiza ato de lançamento da pré-candidatura de Lula em São Paulo. A partir dessa data, o ex-presidente e o ex-governador deverão seguir por viagens pelo Brasil, passando por estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
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