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Cotidiano

Luciano Hang faz vídeo de algema para o caso de ser preso pela CPI

Na gravação ele afirma que comprou para que não seja gasto dinheiro durante seu depoimento na CPI

Gustavo Cavalcante

27/09/2021 às 14:13

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O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, e Bolsonaro, durante campanha eleitoral.

O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, e Bolsonaro, durante campanha eleitoral. | Reprodução/Facebook

O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), compartilhou vídeo nesta segunda-feira (27) em que aparece com um dos braços algemados.

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Na peça, ele afirma que comprou o artefato para que não seja gasto dinheiro durante seu depoimento na CPI da Covid, que deve ocorrer na próxima quarta (29). "Estou indo na CPI com o coração aberto. Gentileza gera gentileza, respeito gera respeito. Eu quero que eles façam as perguntas e eu tenha todo o tempo do mundo para responder. Eu tenho tanto tempo, toda a quarta-feira vai estar disponível. Eu trabalho 24 horas por dia, então vou ter todo o tempo do mundo", afirma o empresário no vídeo.

"E, se por acaso eles não aceitarem aquilo que vou falar, já comprei... Para não gastar dinheiro com algema, já comprei uma algema, vou entregar uma chave para cada senador. E que me prendam", finaliza, levantando os braços.

Hang é um dos principais defensores do chamado tratamento precoce. Seu depoimento deve auxiliar a CPI a aprofundar as investigações sobre o possível elo entre o governo federal e entes privados para promover o tratamento sem eficácia contra a Covid-19.

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Um dossiê entregue à CPI por 15 médicos que trabalharam na rede Prevent Senior aponta que pacientes e parentes não eram consultados sobre a administração de medicamentos do chamado "kit Covid". O documento também menciona suposta mudança nos prontuários do médico Anthony Wong e Regina Hang, mãe de Luciano Hang.

De acordo com o dossiê, o prontuário médico da mãe de Hang cita a consequência de uma pneumonia bacteriana, e não a Covid-19, motivo pelo qual foi internada, como causa da sua morte.

Além disso, o prontuário, obtido pela Folha, também relata que a paciente recebeu o chamado "tratamento precoce" com medicamentos ineficazes contra a doença, como azitromicina, hidroxicloroquina, prednisona e colchicina, antes de morrer.

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Houve ainda tratamento de ozonioterapia retal, prescrito por médicos particulares e não vinculados à operadora, segundo relatou a própria Prevent Senior em um processo movido contra médicos que denunciaram à empresa ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou na semana passada que a comissão tem provas de que o empresário Luciano Hang pediu para que os médicos que trataram sua mãe não divulgassem que ela teria sido medicada com o chamado "kit Covid".

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o dono da rede Havan havia afirmado que sua mãe poderia ter sido salva se tivesse feito o tratamento preventivo da doença.

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"Eu sempre falo: não podemos mais cuidar de quem morreu, mas podemos cuidar de quem está vivo. Tome a decisão acertada. Eu me cobro hoje que eu poderia ter salvado a minha mãe, de repente, se eu tivesse feito o preventivo, será que nós não poderíamos ter feito isso? E agora eu fico me perguntando, e se eu tivesse feito, será que ela não estaria viva? Reflita. Obrigado".

Em nota divulgada à imprensa, Hang disse que fez "tudo o que podia" e que, "como qualquer filho", quando sua mãe ficou doente, "foi para a guerra com todas as armas que tinha". O empresário disse também ter "total confiança nos procedimentos adotados pelo Prevent Senior e que tudo que era possível foi feito".

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