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Cotidiano

Lojistas protestam contra fluxo da cracolândia na Santa Ifigênia, em SP

Os comerciantes se queixam de uma onda de assaltos atribuída aos usuários de drogas que se deslocaram para a região após as operações policiais realizadas

07/07/2022 às 15:40  atualizado em 07/07/2022 às 15:57

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Comerciantes protestam contra onda de assaltos na Cracolândia

Comerciantes protestam contra onda de assaltos na Cracolândia | Reprodução/TV Globo

Lojistas da região da Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, protestaram na manhã desta quinta-feira (7) contra a concentração de usuários da cracolândia na área, conhecida pela venda produtos eletroeletrônicos.

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Às 9h, cerca de 100 comerciantes se reuniram em um cruzamento da rua Santa Ifigênia com rua dos Gusmões.

Escoltados por quatro policiais militares, o grupo observava a peregrinação dos usuários, que vinham, em sua maioria, da rua dos Gusmões, onde o fluxo -nome dado para a concentração de dependentes- se instalou desde a última terça-feira (5).


"Se eu fosse vocês, voltava para casa", disse um vendedor a curiosos que acompanhavam a situação.

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Ao lado da única viatura da PM no local, um grupo de vendedoras relatou insegurança. "A gente vai ficar sem emprego. Não vendemos mais", diz uma delas, mãe de duas crianças que estudam na região e que, segundo ela, choram todos os dias com a correria para desviar dos usuários. "Ninguém quer que eles [os usuários] estejam em suas portas, por que deixá-los na porta do meu local de trabalho?", completou.


Outra vendedora disse que não consegue mais abrir a loja onde trabalha, na rua General Osório. "Tentei manter a porta entreaberta, mas não dá. Eles sobem e descem a rua, então preciso fechar sempre."


Por volta das 9h50, o grupo de lojistas começou a gritar palavras de ordem, como "queremos trabalhar" e "Santa Ifigênia não é cracolândia". Com o coro, o grupo se uniu e direcionou sua atenção para outros comerciantes que não se empolgaram com o protesto. "Vem todo mundo", entoavam os manifestantes. "Não acredito que estão fazendo essa palhaçada, vão trabalhar", gritou um vendedor de dentro da sua loja.

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Próximo à avenida Rio Branco, várias lojas estavam abertas, e as calçadas, cheias. Eram lojistas que viam a manifestação dos colegas com desconfiança. "A Santa Ifigênia não para. Esquece isso de fechar loja", disse Jonathan Sumaquera, vendedor de eletrônicos.


Algumas pessoas transitavam com pedaços de ferro e madeira. "É para nossa proteção. Se vierem, a gente ataca", disse um homem com uma barra de ferro em mãos.


Os manifestantes seguiram para a rua Aurora, onde dois policiais militares observavam. "Por enquanto, está tranquilo", disse um deles.

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A manifestação deveria acabar às 11h, mas, segundo membros, não havia certeza sobre o retorno do comércio. "Ontem eu estava com cliente na loja e tive que fechar, eles ficaram morrendo de medo", disse Vanessa Bichara, lojista na Santa Ifigênia há 20 anos. "A gente pensa até em sair daqui, mas como? Foi difícil construir a minha clientela", completa.


O fluxo da cracolândia já ocupou diversas ruas da região do centro de São Paulo desde a ação policial que dispersou usuários de drogas que viviam na praça Princesa Isabel, há quase dois meses.


Na última terça-feira, o fluxo migrou para a rua dos Gusmões, próximo à avenida Rio Branco, região com lojas especializadas em produtos eletroeletrônicos.

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Comerciantes ficaram apreensivos e redobraram a atenção para a segurança das lojas. Entre a madrugada e manhã desta quarta-feira (6), comércios foram saqueados. Houve quebra-quebra e confronto. As ruas Santa Ifigênia, dos Gusmões e Guaianases foram as mais afetadas.


A prefeitura disse em nota que uma patrulha do grupo de operações especiais da GCM (Guarda Civil Metropolitana) avistou grupos de pessoas tentando invadir três lojas. Quatro pessoas foram presas. Na tentativa de fuga, um dos homens se feriu e foi socorrido pelos agentes da GCM.

'Infelizmente a gente vai ter que estar passando por essa fase', diz prefeito

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O prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta quinta que o aumento de assaltos pode ser decido à falta do fornecimento de drogas após as operações policiais. 

"O que me comunicaram é que teve um aumento e eu creio que seja um dos momentos que a gente vai estar vivendo, onde, com a falta de oferta abundante da droga, as pessoas ficam mais agressivas, têm comportamento mais fora do padrão normal. Infelizmente a gente vai ter que estar passando por essa fase, infelizmente é uma etapa que a gente precisa vencer, mas não podemos parar", declarou o prefeito.

Nunes defendeu a estratégia de internação involuntária, medida que é alvo de contestações do MP de SP. 

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"Esse é o caminho que a prefeitura está traçando. Agora, evidentemente, se o médico, inclusive dessas unidades, identificar que a pessoa necessita de uma internação, isso é uma avaliação médica (...). Se a pessoa não tem condições de cuidar de si e está causando algum problema e o médico assim identificar, temos todos os equipamentos para ofertar e as pessoas se tratarem".

Diante do protesto e da declaração do Prefeito, a administração municipal soltou uma nota informando que irá atuar em parceria com as forças policias e que está atenda ao aumento da violência na reigão. 

"A gestão municipal está atenta à reação mais agressiva por parte de alguns usuários por causa da dificuldade maior para conseguir os entorpecentes e também de pessoas que se aproveitam da situação para cometer atos de vandalismo e roubo. Para garantir a segurança dos moradores e dos comerciantes, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) sempre em parceria com as Polícias Militar e Civil continuarão atuando para coibir não só o tráfico como também atos de vandalismo e tumultos generalizados."

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