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Kits ressaca não são tão eficazes contra o mal como a propaganda sugere | Pavel Danilyuk/Pexels
É normal que em períodos de festas, como o Carnaval, haja o aumento de venda de “kits ressaca”, que prometem aliviar os efeitos nocivos da ingestão excessiva de álcool. No entanto, é preciso ficar atento em relação à eficácia desses produtos.
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Segundo o coordenador do curso de Farmácia na Universidade Guarulhos (UNG), Anderson Carniel, a principal crítica aos kits ressaca – compostos por medicamentos como hepato-protetores, anti-vômitos, antiácidos e analgésicos – está na irregularidade de sua comercialização.
Segundo o professor, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a venda de kits contendo medicamentos que não tenham registro específico, incluindo a comercialização de medicamentos em embalagens não originais ou sem a devida prescrição médica.
O especialista explicou que, apesar de muitos dos medicamentos presentes nesses kits serem de baixo risco e com efeitos colaterais limitados, o fato de serem vendidos indiscriminadamente, muitas vezes sem a orientação de um profissional de saúde, torna a prática ilegal.
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“Os medicamentos podem até ser de uso comum, como analgésicos e alguns hepato-protetores, mas a forma como são comercializados, muitas vezes misturados sem qualquer acompanhamento médico, é irregular”, explicou.
Em relação à eficácia, Carniel afirmou que os medicamentos analgésicos, como o paracetamol e o ibuprofeno, podem ajudar a reduzir dores de cabeça e outros desconfortos comuns após o consumo de álcool.
Além disso, medicamentos que promovem o trânsito hepático – ou seja, que ajudam na metabolização do fígado – podem ser benéficos, já que ajudam a evitar intoxicações hepáticas, um dos efeitos colaterais mais graves do álcool.
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“Esses medicamentos podem ter alguma eficácia, mas o importante é lembrar que o único tratamento realmente eficaz contra a ressaca é o tempo. O corpo precisa de tempo para eliminar o álcool”, afirmou Carniel.
Por outro lado, o coordenador do curso de Farmácia advertiu que muitos medicamentos oferecidos nesses kits não têm qualquer efeito real sobre a ressaca.
Antialérgicos, por exemplo, são comumente incluídos, mas, segundo Carniel, “são completamente inúteis nesse contexto”. Eles não possuem nenhuma atividade que contribua para a recuperação do organismo após a ingestão de álcool.
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Além disso, Carniel criticou o marketing agressivo de kits que sugerem que certos medicamentos devem ser tomados antes ou depois do consumo de álcool. Segundo ele, esse tipo de propaganda carece de base científica e é apenas uma tática para aumentar as vendas.
“É apenas um apelo comercial, sem respaldo científico. O uso desses produtos não tem a eficácia prometida”, garantiu.
Em vez de confiar em kits milagrosos, o coordenador sugeriu que a melhor forma de prevenir a ressaca seja o consumo consciente de álcool, acompanhado de hidratação adequada e de alimentos que auxiliem no processamento do álcool pelo fígado.
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Caso os sintomas da ressaca se manifestem, o mais recomendado, explicou, é procurar um médico para orientação.
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