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Cotidiano

Justiça absolve PM acusado de matar jovem que ia comprar bolachas no ABC Paulista

O estudante Luan Gabriel Nogueira de Souza tinha 14 anos quando foi morto pelo cabo Alécio José de Souza em 5 de novembro de 2017

Leonardo Sandre

28/07/2022 às 12:27  atualizado em 28/07/2022 às 12:52

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Luan Gabriel morreu após levar tiro de PM em Santo André

Luan Gabriel morreu após levar tiro de PM em Santo André | Reprodução/Facebook

A Justiça de São Paulo absolveu na noite desta quarta-feira (27) o policial militar acusado de balear e matar com um tiro na nuca um adolescente que ia ao mercado comprar bolachas em Santo André, no ABC Paulista. O estudante Luan Gabriel Nogueira de Souza tinha 14 anos quando foi morto pelo cabo Alécio José de Souza em 5 de novembro de 2017.

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O agente da Polícia Militar (PM) alegou à época que estava com outro colega na corporação numa viatura à procura de ladrões de moto na região. E que atirou diversas vezes contra os criminosos para se defender deles, depois de serem recebidos a tiros.

Em julgamento no Tribunal do Júri de Santo André, os jurados acolheram o argumento da defesa do PM e entenderam que ele não era culpado pelo crime cometido naquele ano. A decisão que inocenta Alécio de Souza foi publicado ao final do julgamento pela juíza Milena Dias.

O presidente do Grupo 'Tortura Nunca Mais' e membro do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves, chamou a decisão dos jurados de "absurda e inaceitável", por ser, segundo ele, "totalmente contrária às provas do processo".

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"Ficou muito claro nas investigações e no processo que não houve confronto nenhum no local. Que o PM jamais agiu em legítima defesa. Luan não tinha antecedentes na Vara da Infância e Juventude, era estudante e não estava armado. Quando foi alvejado, ele estava indo comprar bolachas num mercadinho do bairro. Esse tipo de decisão acaba sendo uma espécie de 'licença para matar' para os maus policiais, que matam com a certeza da impunidade", disse o advogado.

Desde o episódio de 2017, Alécio estava afastado dos patrulhamentos de rua e respondia pelo crime de homicídio em liberdade.

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