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Cotidiano

Jornalistas mulheres sofrem um ataque a cada três dias no Brasil, mostra estudo

Mapeamento realizado pela Abraji mostra que no ano passado houve aumento de 71% no número de ataques

Gustavo Cavalcante

07/03/2022 às 16:26  atualizado em 07/03/2022 às 16:40

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Jornalista Patrícia Campos Mello sofreu ataques de bolsonaristas após revelar esquema  de fake news através do Whatsapp nas eleições de 2018

Jornalista Patrícia Campos Mello sofreu ataques de bolsonaristas após revelar esquema de fake news através do Whatsapp nas eleições de 2018 | Reprodução/Instagram

Um mapeamento feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) mostra que o Brasil registrou, no ano passado, um aumento de 79% no número de ataques contra mulheres jornalistas ou com viés de gênero.

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Ao todo, foram 119 ocorrências desse tipo -o que corresponde, em média, a um episódio de violência a cada três dias.

Entre as jornalistas mais atacadas estão a apresentadora da CNN Brasil Daniela Lima, a repórter da Folha de S.Paulo Patrícia Campos Mello e a colunista do UOL Juliana Dal Piva, entre outras.

O levantamento ainda revela que 52% dos autores identificáveis por trás dos ataques eram autoridades públicas. Nesse segmento, os que mais agrediram mulheres jornalistas foram o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Carlos Jordy (União-RJ), com oito ataques cada um, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o assessor especial da Presidência Tercio Arnaud Tomaz, contabilizando sete ataques cada, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (União-SP), responsável por cinco outros ataques.

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Segundo a Abraji, 95% dos autores identificáveis dos episódios de violência eram homens, 68% das agressões se iniciaram no meio online e 60% dos casos envolveram a cobertura política.

Os termos mais utilizados nos insultos às profissionais fazem referência a aspectos de gênero, como "vagabunda", "puta", "fofoqueira", e a supostos vieses ideológicos das jornalistas, como "militante", "esquerdista" e "comunista".

"O apelo ao gênero e à sexualidade não é incidental: em sociedades com presença de valores conservadores, esse tipo de ataque é uma forma de minar a credibilidade do jornalismo profissional e de desviar a atenção do conteúdo da notícia", afirma a Abraji.

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O mapeamento ainda mostra que 69% dos episódios de violência com mais de um agressor foram iniciados por autoridades do governo e funcionários vinculados ao Estado. E que, em mais da metade dos casos com múltiplos agressores, houve ligação entre esses agentes públicos e redes organizadas ou semi-organizadas de usuários na amplificação dos ataques.

Feito com o apoio da Unesco, o relatório de monitoramento de violência de gênero contra jornalistas será divulgado pela Abraji na próxima terça-feira (8). A entidade ainda fará recomendações a organizações jornalísticas, como a oferta de assistência jurídica e de treinamento em segurança digital e investimento na moderação de conteúdos.

O relatório também sugere que plataformas digitais definam políticas e procedimentos mais eficazes para detectar e penalizar os infratores reincidentes.

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