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Cotidiano

Jair Bolsonaro e o gato e Schrodinger

Matheus Herbert

12/11/2019 às 01:00

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O conceito de pensamento dialético tem por essência e força motriz as contradições inerentes a si mesmo. Uma ferramenta mental aplicada à busca do entendimento das dinâmicas sociais e políticas. Nesse sentido, o governo do presidente Jair Bolsonaro descreve um objeto de estudo situado tanto nos limites das doutrinas racionalistas, quanto nas defesas do empirismo, que nos tira do conforto de possíveis consensos universalizantes.

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Vivemos num momento singular da crônica republicana, que se assemelha a uma montanha russa, com intervalos de altos e baixos e momentos de alívio e desespero; a impassividade é o único sentimento inexistente para com o chefe do executivo nacional.

Do asco à devoção, do medo à esperança, do ódio ao amor, ninguém se mantém indiferente à figura de Bolsonaro; o próprio núcleo da administração conserva o combustível que dá energia aos opositores raivosos e admiradores incondicionais. Enquanto somos surpreendidos com as declarações de Eduardo Bolsonaro defendendo a reedição do ato institucional número cinco (AI5), com as inconfidências de Alexandre Frota sobre conversas ao pé do ouvido, com a lavagem de roupa suja dentro do PSL com a consequente defenestração da líder do governo, com o debate deselegante entre o senador Major Olímpio e Carlos Bolsonaro no Twitter, entre tantos outros fatos, igualmente somos confrontados com uma agenda congressual que tem promovido a maior remodelagem do Estado brasileiro em sua história recente. Em menos de um ano, foram aprovadas a reforma da previdência e a lei da liberdade econômica. Ainda, apresentadas as PECs da reforma tributária, do pacto federativo, da emergência fiscal,

Mais Brasil, da revisão dos fundos, da regra de ouro, e a PEC da venda de estatais deficitárias; todas medidas com o potencial de inserir o país definitivamente na lógica do modelo capitalista. Em resumo, do mesmo jeito que o atual governo da República Federativa do Brasil conta com ministros visivelmente incompetentes e despreparados para o exercício do cargo, também possui a melhor equipe econômica desde o período da redemocratização.

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Não há dúvidas de que Paulo Guedes será rememorado como o grande reformador do Estado brasileiro. A esquerda em seu confronto quixotesco contra os moinhos de vento do fascismo deveria prestar mais atenção ao que pensa o governador do Ceará, Camilo Santana, uma mente lúcida em meio à degeneração cognitiva.

Em suma, Jair Bolsonaro simboliza algo maior do que vem sendo debatido, são vários descaminhos que não significam ausência de rumo. Daqui para frente, viveremos a condição do gato de Schrodinger, expostos ao caos do fim do mundo e à brisa de uma nova era ao mesmo tempo. Em síntese, Jair Bolsonaro representa algo inédito e as categorias de pensamento utilizadas para entendê-lo estão fadigadas e desprovidas de eficácia.

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