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Cotidiano

Itens da cesta básica ficaram até 20% mais baratos em 2024; saiba quais são e economize

Na Ceagesp, os produtos da estação chegam a custar até 30% menos no auge da safra do que em outras épocas do ano

Nilson Regalado

12/01/2025 às 07:30

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Produtos da estação chegam a custar até 30% menos no auge da safra que em outras épocas do ano

Produtos da estação chegam a custar até 30% menos no auge da safra que em outras épocas do ano | Matheus Cenali/Pexels

O discurso é de fácil assimilação e ganha engajamento nas redes sociais. Mas tanto a ciência da estatística quanto a notícia têm sempre dois lados, mesmo na Era da Pós-Verdade, em que vale mais o recorte do que a contextualização.

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Assim, enquanto 2024 criou novos “vilões da inflação”, como a carne bovina, o café e as frutas, há também os “mocinhos contra o encarecimento”. E, no ano passado, itens obrigatórios na cesta básica pesaram menos no bolso dos brasileiros.

Esse é o caso do arroz, cujas cotações caíram 19,58% em 12 meses, segundo a consultoria Safras & Mercado, uma das mais conceituadas do agro.

Só em dezembro, itens como o limão (-29,82%), a batata-inglesa (-18,69%) e o leite longa vida (-2,53%) tiveram baixas expressivas no levantamento de preços realizado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ajudando a compensar a alta de outros alimentos.

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Os dois primeiros estão em plena safra, o que derrubou as cotações no campo. E janeiro é sinônimo de abundância de abacaxis, carambolas, coco verde, figos, framboesa, fruta-do-conde, laranjas-pera, mamões, maracujás, melancias, nectarinas, pêssegos e uvas, o que deverá ajudar a segurar os preços na feira.

Na Ceagesp, a maior central atacadista de alimentos in natura da América do Sul, os produtos da estação chegam a custar até 30% menos no auge da safra do que em outras épocas do ano.

E, há pelo menos 30 dias, o melão amarelo tem surpreendido pelos preços muito abaixo do valor habitual no varejo devido à ótima safra nos principais estados produtores, o Ceará e o Rio Grande do Norte.

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Até o Carnaval, a central atacadista receberá altos volumes de abóboras, abobrinhas, beterrabas, pepinos, pimentões, quiabos e tomates, o que torna esses itens mais acessíveis ao consumidor.

Entre as verduras, a oferta fica mais restrita devido ao calor e às chuvas fortes nesta época do ano. Mas, o primeiro mês do ano é sinônimo de fartura nas alfaces, na couve, na salsa e na cebolinha.

Época das 'vacas gordas' 

O leite também entrou no chamado período das vacas gordas, quando a volta das chuvas proporciona pastagens mais robustas, o que reduz o custo de produção para os pecuaristas e aumenta a produtividade dos animais.

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Resultado: laticínios pressionam fazendeiros e sitiantes e os preços se mantêm comportados até o final da chamada “época das águas”.

Assim, até meados do outono a tendência de queda nos preços do leite iniciada na primavera deverá se manter, com perspectivas de novas altas só a partir do início do inverno, quando os pastos ficam escassos devido à falta de chuvas no Interior do Brasil.

Mito climático 

Mas, o comportamento mais curioso dentre todos os alimentos em 2024 foi o do arroz. As inundações no Rio Grande do Sul, em abril/maio, pareciam ter criado o clima para uma escalada nos preços do grão.

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E foi assim nas primeiras semanas após a catástrofe, afinal o Estado colhe 70% do arroz produzido no País. Falava-se até que poderia faltar arroz e os supermercados chegaram a racionar o grão para os consumidores.

Os preços dispararam, o Governo Federal zerou alíquotas de importação e chegou a promover, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), um leilão para importação de arroz.

Aí, associações de produtores do Rio Grande “encontraram” milhares de toneladas de arroz estocado em armazéns e os preços se estabilizaram já no meio ano.

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Depois, mesmo na entressafra, as cotações caíram, acumulando baixa em 12 meses na porteira da fazenda (saca de 50 quilos do arroz em casca), segundo a Consultoria Safras &Mercado.

E a colheita da nova safra já deve começar logo após o Carnaval, o que tende a manter os preços comportados ao longo de 2025. A estimativa da Conab é que o Brasil colha 11,6 milhões de toneladas, o suficiente para o abastecimento interno.

E os países vizinhos do Mercosul também preveem safras abundantes neste ano. Todo esse cenário derrubou as cotações do arroz de qualidade mediana para até R$ 94,50 no interior gaúcho em dezembro. Há 12 meses, a saca do grão de melhor qualidade oscilava perto dos R$ 140,00.

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Encarecimento acumulado 

No acumulado de 2024, a rubrica Alimentação e Bebidas registrou inflação de 7,69% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País.

Contabilizados todos os nove grupos que compõem o IPCA, a inflação oficial medida pelo IBGE foi de 4,82% nos últimos 12 meses. Os dados foram revelados nesta sexta (10/1). 

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