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Cotidiano

Invasão do mar em Santos pode impactar vendas de imóveis nos bairros afetados

Segundo presidente do CRECISP, notícia precisará ser mais assertiva para que imóveis sejam - efetivamente - desvalorizados na região citada

Luana Fernandes

10/12/2023 às 07:00

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Estudo divulgado pela ONU indica que 5% da população de Santos será afetada pelo aumento constante do nível dos oceanos

Estudo divulgado pela ONU indica que 5% da população de Santos será afetada pelo aumento constante do nível dos oceanos | Nair Bueno/DL

Bairros de Santos podem ser invadidos pelo mar até 2050. Os estudos apontam que medidas urgentes precisam ser tomadas para evitar emergências climáticas como esta, que pode deslocar mais de 20 mil santistas de suas residências nos próximos 20 anos. Mas, no que isso afeta o mercado imobiliário? Vai valer a pena investir em um imóvel na região da Ponta da Praia, da Aparecida e do Boqueirão?

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A resposta vem do presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP), José Augusto Viana Neto. “O impacto na venda da propriedade imobiliária deverá ser muito forte, porque evidente que ninguém quer comprar imóvel em uma região de enchente, onde poderá haver invasão do mar. Essa expectativa de até 2050 é um prazo de tempo muito curto. Isso significa 27 anos apenas para passar por este problema”.

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Um estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) indica que 5% da população de Santos será afetada pelo aumento constante do nível dos oceanos. E, recentemente, o Instituto Geológico de São Paulo (IGC) divulgou outro estudo onde apontou os bairros da Ponta da Praia e Aparecida como os mais afetados. "Até 2050, as projeções mostram que centenas de cidades costeiras altamente povoadas estarão expostas a um maior risco de inundações, incluindo terras onde vivem cerca de 5% da população de cidades costeiras, incluindo Santos, no Brasil, Cotonou, no Benim, e Calcutá, na Índia", afirmou a ONU, através de uma nota.

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Caso a ameaça vire fato nos próximos anos, a desvalorização dos imóveis do local é quase certa.“Evidente que vai depender do comportamento deste fenômeno nos próximos anos para saber se ele realmente se confirma ou não. Mas, caso se confirme, evidentemente trará uma desvalorização que, no momento, é impossível de prever, mas poderá reduzir o valor da propriedade”, comenta o presidente do CRECISP.

Para o presente, Viana Neto acredita que os imóveis seguirão valorizados e com alta procura. “Eu não acredito em diminuição de oferta de procura por imóveis lá na Ponta da Praia, Aparecida e Boqueirão de maneira nenhuma. A menos que aconteça um fenômeno que leve a essa confirmação da suspeita apontada. Nós temos tido, ao longo dos anos, alguns momentos em que o mar invade a avenida, não só em Santos como em outras cidades do Litoral. Mas são situações excepcionais, onde existe aquele fenômeno de fortes chuvas e de ressaca e maré alta”, comenta.

Segundo o presidente, “qualquer desvalorização de propriedade imobiliária nesses bairros só se dará se houver pelo menos suspeitas de que este fenômeno irá efetivamente acontecer”. Para ele, o mercado de compra/venda de imóveis continua aquecido em Santos. “Santos é uma cidade tradicional, com prédios maravilhosos de frente para o mar, procurados e cobiçados por pessoas de todo o Brasil e exterior. A cidade chama atenção e é de grande interesse. Precisaria de alguma coisa muito mais assertiva para que essa notícia pudesse gerar algum tipo de efeito”, finaliza.

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Buscando soluções

A Prefeitura de Santos diz estar atenta às mudanças climáticas e já realizando ações que visam conter o avanço do oceano. Em nota à imprensa, a administração municipal informou que, desde 2018, junto com a Universidade de Campinas (Unicamp) tem feito a colocação de barreiras submersas na Ponta da Praia (49 sacos de geôtextil). "O trabalho prossegue, gerando mais informações. No momento, estudos estão sendo feitos para a ampliação das barreiras", acrescenta o documento. Em 2019, Santos criou a Seção de Mudanças Climáticas e, no ano passado, lançou o Plano de Ação Climática (PAC), com 50 metas a serem cumpridas até 2030.

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