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Cotidiano

Invasão aos Três Poderes danifica vitral no Congresso e mural de Di Cavalcanti

Entre as obras danificadas dentro das edificações da Praça dos Três Poderes estão "Araguaia", vitral de Marianne Peretti, de 1977, e a tela "Mulatas", pintada em 1962 por Di Cavalcanti

Natália Brito

09/01/2023 às 08:33  atualizado em 09/01/2023 às 08:46

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Quadro de Di Cavalcanti danificado em invasão no DF

Quadro de Di Cavalcanti danificado em invasão no DF | Reprodução

Os manifestantes golpistas que invadiram, neste domingo (8), as edificações da Praça dos Três Poderes, idealizadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer -Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal- danificaram importantes obras de arte da cultura brasileira.

Uma delas, foi "Araguaia", vitral de Marianne Peretti, de 1977, que fica no salão verde da Câmara dos Deputados. No Planalto, a tela "Mulatas", pintada em 1962 por Di Cavalcanti, foi furada pelos golpistas.

No STF, a cadeira da presidente Rosa Weber, concebida pelo designer Jorge Zalszupin, foi arrancada. Além disso, um crucifixo foi danificado e a escultura "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti, de 1961, foi pichada.

Segundo um funcionário do Congresso, os golpistas quebraram as vidraças da Câmara e fizeram pichações.

Também invadiram e quebraram a sala da liderança do PT. Ao lado, incendiaram uma lanchonete. Atrás dela, fica um painel do artista Athos Bulcão. Até o momento, não há notícias sobre o estado da obra. Os extremistas, conta o funcionário, destruíram hidrantes, numa tentativa de impedir o combate às chamas.

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Praça dos Três Poderes

As edificações da Praça dos Três Poderes foram tombadas, em 2007, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan. Brasília, cidade planejada ainda na década de 1950 durante o governo de Juscelino Kubitschek, também foi inscrita pela Unesco, em 1987, na lista do Patrimônio Mundial.

Logo após o ataque, diversas autoridades e instituições ligadas à proteção dos monumentos públicos se manifestaram.

Em nota, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, o CAU, classificou a invasão como um atentado grave contra "o primeiro conjunto urbano do século 20 reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas."

Para José Nascimento, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Museus, o Ibram, entre 2009 e 2013, o Iphan deve avaliar todo o prejuízo após a invasão.

"São crimes de dano ao patrimônio público", diz ele. "O Iphan pode fazer a imediata avaliação do que foi danificado e, então, cabe à Polícia Federal prender os terroristas." Ao menos, 200 pessoas foram presas até o fim desta noite.

Depredação 

De acordo com a presidente da Comissão de Direito Urbanístico da OAB-SP, Lilian Pires, os invasores podem ser enquadrados em ao menos dois crimes -depredação do patrimônio público e depredação de patrimônio tombado. Na sua visão, é necessário agora apurar a responsabilidade funcional da polícia do Distrito Federal, isto é, se agiu de acordo com o comportamento previsto na lei.

Por fim, Marcos Olender, diretor de projetos do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, o ICOMOS, afirmou ser difícil mensurar o valor das obras danificadas. "Não existe realmente um valor para essas obras de arte que foram danificadas", afirma. "O que aconteceu foi muito grave."

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